Escolher um profissional para determinado cargo é uma tarefa que exige sensibilidade, dados e técnica. Em meio a um cenário de grande instabilidade como o atual, o processo de contratação precisa ser ainda mais rápido e assertivo.
O uso da inteligência artificial (IA) pode encurtar esse caminho, oferecendo uma análise em escala livre de vieses inconscientes. Foi com essa solução que a Rocketmat, startup sediada em Belo Horizonte, teve seus resultados aumentados em 370% em 2020.
A expectativa é de que o índice se repita em 2021. Atualmente, a startup tem projetos em nove países: Canadá, Colômbia, Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, além dos Estados Unidos. O intuito é crescer fortalecendo as operações nesses países.
De acordo com o CEO da Rocketmat, Tiago Machado, o uso da solução dá às empresas celeridade no processo de recrutamento e seleção e, como resultado final, maior diversidade dentro das equipes contratadas.
“A inteligência artificial exige customização. Os dados de recursos humanos (RH) não são feitos para a IA. É diferente de coletar dados de uma máquina. Estamos em uma fronteira. Em 2018, começamos a sinalizar para o mercado que era preciso preparar esses dados de RH. O nosso crescimento foi possibilitado porque os primeiros clientes entenderam o potencial da ferramenta para dar eficiência ao processo de contratação. Isso nos levou a uma expansão, em parte, esperada. Em um cenário de ultraemergência, tivemos como resultados, no Hospital Albert Einstein (em São Paulo), por exemplo, 73% a mais de assertividade na triagem e 78% de ganho de tempo no preenchimento das vagas”, explica Machado.
Para o empresário, uma das principais funcionalidades da ferramenta é fazer uma análise de currículos em escala, observando apenas aspectos ligados a competência e habilidades.
O resultado no processo de contratação seria a formação de equipes mais diversas e, assim, habilitadas a responder com maior eficiência a novos e diferentes desafios.
“Os processos de contratação tradicionais não permitem que todos os currículos sejam analisados. Sabemos que muitos ficam esquecidos. A vantagem da IA é analisar todos os candidatos da mesma forma. Isso é uma entrega para a sociedade: justiça. Vemos exclusivamente as competências e habilidades da pessoa, possibilitando o aumento da diversidade. Esse é um tema fundamental para a nossa sociedade. A inteligência artificial não é o decisor, é o meio para a tomada de decisão. O RH foi dos últimos setores dentro da empresa a ter tecnologia, há uma necessidade de modernização. Há lições aprendidas de outros setores também como fator motivador para quebrar as resistências e tornar o processo mais efetivo”, afirma o CEO da Rocketmat.
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Fonte: Diário do Comércio