E tem um setor da economia onde está sobrando vagas.
Vinte e dois anos de idade, recém-formada em microeletrônica e já em transição de carreira. Atraída pela janela de oportunidades que viu na tela do computador, Paula Mayumi começou a estudar programação.
“O que me chamou mais atenção no início foi justamente o alto número de vagas de emprego nessa área”, diz.
Sim, esse é um setor que anda na contramão da crise no mercado de trabalho: tem mais vagas do que gente. Bem mais.
É o caso da ONG que oferece o curso que Paula está fazendo. Aulas online, todos os dias, das 8h às 17h, durante 12 semanas.
“A gente entende que essas pessoas têm uma certa urgência de entrar no mercado de trabalho. É um segmento que está aberto para todos, mas a pessoa precisa se dedicar, se atualizar, porque é um universo que sempre está em mutação e em atualização”, afirma o gerente de marketing da Generation Brasil, Rogério Araújo.
A experiência de quem ensina programação diz que a palavra “tecnologia” ainda assusta. É frequente aquele pensamento de que “isso não é para mim”, mas a verdade é que, hoje em dia, todo mundo tem tecnologia na palma da mão.
A associação que representa o setor diz que também há outras barreiras que precisam ser derrubadas.
“Setenta e cinco por cento dos profissionais de tecnologia são homens brancos. Então a gente precisa também trabalhar esses aspectos psicossociais para que a gente tenha uma formação equitativa à demanda, e sendo equitativa na demanda a gente aumenta o nosso parque”, diz Gallindo.
“Não existem rótulos ‘fulano nasceu para ser programador’. Acho que é para todo mundo que quer, que tem oportunidade e quer se comprometer mesmo com essa nova rotina de estudos e trabalho”, ressalta Paula.