O presidente do Sindplast (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Material Plástico de Manaus), Francisco Brito de Freitas, disse que a proibição de venda e distribuição de sacolas plásticas em Manaus vai afetar 16 indústrias instaladas na cidade, que geram 4,5 mil empregos diretos e indiretos.
O dirigente sindical criticou a proibição, pediu a suspensão da lei e culpou a população pelos danos causados por sacolas plásticas ao meio-ambiente. “Sacola não tem perna para ir para o igarapé. Alguém leva”, disse Francisco Brito. “E qual é a solução? A solução é educação do povo. E tirar as pessoas que moram dentro dos igarapés”.
Depois, o sindicalista disse que o que mais tem dentro do igarapé é “copo descartável, garrafa pet e embalagens de açúcar, feijão e arroz”, pois as sacolas de supermercados são reutilizadas como sacos para lixo.
A Lei 2.799/2021 determina que a partir de 20 de outubro deste ano “ficam proibidas a distribuição e a venda de sacolas plásticas de qualquer composição, inclusive as biodegradáveis, sendo permitida a distribuição gratuita de sacolas retornáveis”.
Francisco Brito também criticou a falta de critérios da prefeitura no trato com lixo reciclável. O dirigente sindical disse que a população se dá ao trabalho de separar o lixo por categorias recicláveis e “o carro do lixo vem, pega tudo e mistura de novo, lá no aterro sanitário. Mesmo a gente fazendo a separação, o poder público não faz a parte dele”.
“A gente concorda com os cuidados com o meio-ambiente. Poluir não é bom. Mas não dá para fazer uma legislação que vai causar a demissão de trabalhadores e gerar um caos social”, disse.
Francisco Brito participou na CMM (Câmara Municipal de Manaus) de tribuna popular, para discutir mudança na lei. Ele disse que o sindicato tem 107 empresas de material plástico cadastradas, das quais 16 fabricam especificamente sacolas.
O presidente do Simplast (Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Manaus), Cláudio Antônio Barrela, afirmou que o setor é responsável pela quinta maior força de trabalho entre os setores industriais do PIM (Polo Industrial de Manaus) e o faturamento da categoria, até junho de 2023, foi de R$ 9 bilhões.
“Estamos aqui tentando defender as nossas empresas e os nossos trabalhadores. A sacola não é a vilã. Como o Brito falou, não chega sozinha ao igarapé”, disse Barrela.
O presidente da Câmara, Caio André (Podemos) disse que será analisada, na próxima semana, proposta do vereador Eduardo Assis (Avante), que amplia para 20 de outubro de 2026 o prazo para começar a valer a proibição.
*Com informações do site Amazonas Atual