Dois setores se deram muito bem em 2020, mesmo durante a pandemia. O primeiro deles foi o e-commerce, com companhias como Magazine Luiza (MGLU3) vendendo mais pela internet do que jamais haviam imaginado em um prazo tão curto.
O outro foi o ligado ao mercado pet – já que as pessoas tinham que ficar mais em casa, por que não ter um bichinho? A entrada da Petz (PETZ3) na bolsa – e a alta de suas ações – mostraram a força do setor.
Logo, quem apostou em ambos os setores ao mesmo tempo, também se deu bem. Foi o caso da Petlove que viu as suas vendas subirem muito mais do que o esperado. Primeiro e-commerce de produtos pet do Brasil, lançado em 1999, calculava que ia encerrar o ano passado faturando R$ 440 milhões. O valor acabou ficando em R$ 500 milhões, 65% maior que o registrado em 2019.
“O fato de as pessoas ficarem mais em casa por causa do distanciamento social fez com que elas encontrassem nos canais digitais formas de resolver o que precisavam. Isso, sem dúvida, ajudou muito a Petlove”, afirma o CEO da empresa, Marcio Waldman.
A análise vai ao encontro dos dados da consultoria Ebit/Nielsen. Eles mostram que, apenas no 1º semestre de 2020, o e-commerce cresceu 47% em faturamento e 40% em número de consumidores. Para completar, no ano passado, o Brasil se tornou o segundo maior mercado pet do mundo, ultrapassando o Reino Unido, segundo levantamento da Euromonitor.
No caso da Petlove, a companhia viu a sua base de clientes fiéis se expandir e já conta com mais de 275 mil assinantes. As assinaturas são responsáveis por 65% do faturamento.
“Quem tem pet costuma comprar os mesmos produtos. O que varia é a periodicidade, de acordo com o consumo. Eu, por exemplo, tenho uma cachorra da raça whippet. Ela consome um pacote de ração a cada 25 dias, usa um antipulgas a cada 3 meses. Com esse padrão, eu faço a assinatura, e não preciso me preocupar. Por isso, o modelo tem tanta aderência”, avalia Marcio.
Com a pandemia, as vendas de itens básicos, como alimentação e higiene, foram as que mais cresceram. Com pet shops fechadas para banho e tosa, muita gente passou a dar banho em casa. Além disso, a pandemia gerou novas demandas, como álcool em gel específico para pets.
Resultado: se, em 2019, as vendas online do mercado pet representavam 3,5% do total, agora elas chegaram perto de 10%. Era um crescimento esperado apenas para 2025.
“Acelerou vários anos em alguns meses”, diz Waldman.
Para dar conta da demanda, a empresa precisou contratar. Foram 170 novos funcionários de março até agora. Também foi preciso investir na ampliação de um dos centros de distribuição, que dobrou de tamanho.
Waldman não esconde o desejo de constituir o maior ecossistema de produtos e serviços do mercado pet. Para isso, a Petlove adquiriu, em 2019, a Vet Smart, plataforma de atualização e qualificação de veterinários.
Investimentos
Em 2020, a empresa recebeu o maior investimento do mercado pet até hoje. O fundo japonês SoftBank aportou R$ 250 milhões na companhia. Não à toa, a Petlove partiu para a aquisição da Vetus, sistema de gestão para pet shops e clínicas veterinárias. E mais recentemente se fundiu com a Dog Hero, plataforma que conecta tutores e cuidadores de cães.
“Como veterinário, sempre pensei que podíamos ir além e oferecer solução total. Queremos ser o maior ecossistema de produtos e serviços, em múltiplas plataformas”, diz Waldman.
Foto: Márcio Waldman, CEO da Petlove / Foto: Petlove/Divulgação
Fonte: CNN Brasil