Procon-SP aponta aumento de 16% em relação aos preços cobrados no ano passado. Comprar no atacado e evitar pagar fretes de vendedores diferentes são algumas das formas de poupar gastos.
Quem for comprar material escolar neste ano deve encontrar preços, em média, 16% mais altos do que no início de 2021, afirma o Procon-SP.
Veja os principais motivos, segundo Fábio Gallo, professor de finanças da FGV-EAESP:
- alta do dólar (é comum que cadernos e mochilas, por exemplo, sejam importados);
- encarecimento dos combustíveis (o que impacta os custos de transporte das mercadorias);
- inflação acima da meta estabelecida pelo governo;
- desabastecimento pontual das cadeias produtivas.
Abaixo, o g1 dá dicas de como economizar nas compras, apesar de todos esses fatores (acredite, é possível):
1- Pesquise muito antes de comprar (pode haver diferença de quase 400% nos preços de um mesmo produto)
O Procon-SP analisou os preços cobrados por oito grandes lojas (Amazon, Americanas, Gimba, Kalunga, Lepok, Livrarias Curitiba, Magazine Luiza e Papelaria Universitária), de 7 a 10 de dezembro de 2021.
Uma mesma caixa de massinha de modelar custava, naquele período, R$ 2,70 em um site e R$ 12,99 em outro — uma diferença de 381,11% .
“Hoje em dia, não é preciso nem ‘bater perna’ para pesquisar preços. Os pais podem consultar a internet antes para escolherem qualquer material escolar”, diz Gallo.
2- Junte-se a outras pessoas e compre no atacado
Comprar 24 lapiseiras, em vez de duas, provavelmente fará com que o preço unitário caia.
É claro que ninguém precisa de tantos itens iguais em casa. Por isso, a dica é reunir outros pais de alunos da mesma escola e fazer compras em grandes quantidades, dividindo os custos.
“Mesmo que sejam crianças de séries diferentes, há alguns produtos que são de uso comum para todas as idades, como lápis e borracha”, afirma o professor da FGV.
3- Organizar feirinhas de troca de material
Reaproveitar livros — seja do irmão mais velho ou de um vizinho — é uma ótima forma de economizar nos gastos com material.
Há escolas que organizam pontos de troca ou de venda (a preços reduzidos) de volumes usados, por exemplo.
Gallo dá mais uma ideia: para quem mora em condomínio, é possível falar com o síndico e montar uma “feirinha” de livros didáticos (ou, quem sabe, já organizar tudo pelo grupo do Whatsapp).
Atenção: durante o ano, os alunos devem cuidar bem das obras, evitando riscá-las com caneta. Assim, em 2023, poderão ser doadas, trocadas ou vendidas em bom estado.
4- Evitar cadernos e mochilas ‘da moda’
“Se der para controlar o choro da criança, é bom evitar aqueles cadernos com capa de personagem ou as mochilas ‘da moda'”, brinca o docente da FGV.
“Em geral, são produtos que não têm nenhuma vantagem nas funcionalidades, mas que custam mais caro.”
5- Não deixar para a última hora
Comprar o material escolar só no fim de janeiro pode fazer com que os pais:
- enfrentem lojas mais cheias;
- encontrem vendedores menos dispostos a negociar descontos, já que os estoques estarão reduzidos;
- tenham um leque menor de produtos para escolher pela internet, porque só poderão comprar opções com entrega rápida.
Quanto antes começarem a adquirir os materiais, maiores serão as chances de economizar.
6- Prestar atenção à reputação do site
É aquela história de “o barato sair caro”. Se for comprar pela internet, é preciso analisar a reputação do site (se é confiável e cumpre os prazos de entrega, por exemplo).
“Hoje em dia, no marketplace [sites que vendem produtos de diferentes varejistas], você nem sabe direito de quem está comprando”, afirma Gallo.
“Às vezes, sem perceber, escolhe itens de 4 vendedores diferentes, coloca todos no carrinho e paga 4 fretes. Precisa ver se está valendo a pena.”
Foto em Destaque: Edmilson Tanaka/Divulgação