Maioria das candidatas a vagas de emprego são questionadas sobre filhos, diz pesquisa

Pesquisa da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, mostra que 75,7% das mulheres entrevistadas disseram ter sido questionadas se tinham filhos em seleções para vagas no regime CLT.

Já entre as candidatas a vagas na modalidade freelancer, 93,5% das profissionais afirmaram que não foram questionadas pelas empresas contratantes se tinham filhos.

Em relação à idade, 53,5% das mulheres freelancers cadastradas na plataforma disseram ter vivido uma transição em suas carreiras depois dos 40 anos, 30% começaram a atuar como freelancer após os 30 anos e 18% depois dos 36 anos.

O levantamento mostra ainda que 69% das mulheres optaram por mudar de carreira ou entrar no mercado freelancer focadas na flexibilidade, liberdade e na busca por mais igualdade e autonomia – 21% delas tomaram essa decisão por querer passar mais tempo com os filhos. O restante foi para gerir a própria carreira e ter controle sobre a rotina.

Desigualdade no home office

A pesquisa mostra ainda que a desigualdade de gênero ficou mais evidente no home office: 48,3% das mulheres com carteira assinada afirmaram estar cuidando dos filhos, enquanto entre os homens esse número chegou a 11,1%.

Além disso, as mulheres foram as que mais sofreram de ansiedade: 28% delas afirmaram ter sido acometidas por esse problema, enquanto entre os homens a taxa ficou em 8,33%. Elas lideraram ainda o ranking de dificuldade de concentração, com 24% de incidência, ante 17,71% deles.

Para Daniel Schwebel, country manager da Workana no Brasil, apesar de 15,2% dos profissionais terem visto no home office a vantagem de poder trabalhar sem deixar de estar perto dos filhos, não ter limites entre a vida pessoal e profissional e ter que seguir horários pré-determinados pela empresa acabou sobrecarregando principalmente as mulheres.

Ele defende que os gestores tenham mais flexibilidade em relação aos horários no trabalho remoto, o que vai possibilitar que as mulheres façam a gestão do próprio tempo, adequando o trabalho à rotina de casa da maneira que acharem melhor.

“Para diminuir os obstáculos encontrados pelas mulheres no mercado de trabalho, os líderes têm que focar nas necessidades de cada profissional. Dar suporte para que as pessoas desenvolvam não só suas habilidades técnicas, mas também tenham a saúde mental em dia, crescendo profissional e pessoalmente com equilíbrio, contribuirá para que haja menos desigualdade no mercado de trabalho”, diz Daniel Schwebel.

Foto: Graziane Cumani

Fonte: G1

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