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Home office: 27% das pessoas querem novo emprego com trabalho remoto, mas vagas reduzem

Conseguir um emprego na modalidade home office está nos planos de muitos profissionais que, inclusive, migram de área para poder ter uma rotina que lhes permite maior controle do tempo para investir em outras coisas, como, por exemplo, na saúde.

Uma pesquisa realizada pela Indeed, plataforma de busca de empregos, revelou que os brasileiros procuram carreiras e empregos que proporcionem rotinas de trabalho mais flexíveis.

Dos 503 brasileiros, em busca de emprego, ouvidos pela pesquisa, 27% deles disseram que desejam trabalho remoto, enquanto 15% almejam um novo emprego para ter um deslocamento mais curto até o escritório.

Outra pesquisa, dessa vez realizada pela empresa Offerwise, a pedido do QuintoAndar e Imovelweb, mostrou que 43% dos entrevistados afirmaram que deixariam os empregos atuais caso tivessem que ir à empresa todos os dias. O levantamento foi feito em 2023 em todas as capitais do país e entrevistou pessoas com 18 anos ou mais.

“O trabalho remoto é um caminho sem volta. Apesar do desafio de se adaptar e ajustar a cultura organizacional, após a pandemia, ficou claro que o trabalho remoto é uma maneira interessante de otimizar os recursos humanos das organizações”, avalia Fabio Vizeu, doutor em Administração e professor do mestrado e doutorado em Administração da Universidade Positivo (UP).

A analista de conteúdo e redatora Calila Galvão lista alguns benefícios que o home office lhe proporciona e que a fazem não cogitar a possibilidade de abdicar dessa modalidade de atuação, nem mesmo que a proposta de remuneração seja irresistivelmente superior ao seu atual ganho.

[…] Trabalho de segunda a sexta-feira pela manhã, cerca de 5 horas por dia: os clientes passam a demanda mensal, estabelecem uma data de entrega e eu me planejo. Normalmente, entrego bem antes da data porque tenho tempo para isso. O turno da tarde, normalmente, uso para estudar e, das 17h em diante, vou fazer outras coisas como academia, limpar a casa ou simplesmente relaxar assistindo a um filme. É uma rotina muito mais produtiva e com muito mais satisfação”, pontua.

“Sem dúvidas. Nada paga minha qualidade de vida e mental. Prefiro 5 mil no home office do que 10 mil no presencial. O híbrido pode ser uma boa opção, porém, esse também é um grande problema porque em cidades pequenas, que é o meu caso, praticamente não há boas oportunidades na área de marketing. Então, as vagas híbridas que são realmente boas são em capitais”, completa a analista de conteúdo.

Embora o interesse pela modalidade remota seja grande, a oferta de trabalho, que pode ser realizada de qualquer lugar apenas com um computador à sua frente, está diminuindo. Segundo dados do LinkedIn Economic Graph, em fevereiro de 2023, 25% das oportunidades de emprego remunerado divulgadas na plataforma mencionaram a opção de trabalho remoto. Em comparação a esse mesmo período de 2022, as vagas remotas representavam 38,99% do total.

“Grandes empresas desistiram da modalidade home office e estão adotando o híbrido, alguns dias em casa, outros na sede da empresa. O grande problema disso tudo é que uma pessoa competente e talentosa que pode contribuir muito com a corporação pode não se candidatar àquela vaga por estar vivendo em outra região”, opina a Tech Recruiter e Headhunter Clara Machado.

E quem estava adaptado a trabalhar longe do escritório e que precisou voltar ao presencial sentiu a qualidade de vida piorar, como revelou uma pesquisa realizada em abril do ano passado pelo Infojobs e Grupo TopRH, onde 64,4% das 1.008 pessoas que trabalhavam em home office disseram sentir esse impacto após o retorno. A maioria delas (53%) relatou se sentir menos produtivo.

“Ainda há tempo de reverter esse cenário. O RH precisa olhar as necessidades coletivas e individuais e estabelecer políticas para tornar a situação mais confortável para todos, sempre apoiadas pelas lideranças, que atuam em linha de frente com os colaboradores. Precisamos levar em consideração que reter talentos é um dos maiores desafios atuais, portanto, empresas que querem manter bons funcionários precisam conferir e recalcular a rota em tempo real, para garantir valorização e bem-estar de quem trabalha na organização”, comentou Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.

Fonte: Correio 24 Horas.

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