Uma das maiores e mais simbólicas indústrias da Zona Franca de Manaus, a Gradiente hoje se dedica à gestão imobiliária de seus antigos galpões fabris no Distrito Industrial de Manaus.
Conhecida pela produção de equipamentos eletroeletrônicos que marcaram a história da ZFM, a Gradiente, fundada pelo empresário Eugênio Staub, estuda voltar ao setor industrial após a conclusão da Reforma Tributária.
“Temos negócios em estudo para voltar para uma frente de produção em Manaus, mas sem ter definido a Reforma Tributária não temos como dizer se vamos voltar ou não”, explicou o diretor residente da Gradiente, Deusmar Viana, durante a visita de uma comissão da Suframa na planta da empresa.
Conforme o diretor, atualmente 26 empresas de diversos segmentos e portes utilizam por meio de aluguel o espaço da fábrica da Gradiente, que tem um total de 68 mil metros quadrados. Estima-se que essas empresas gerem em torno de 800 empregos.
Gradiente no setor de energia solar
A Gradiente encerrou, em maio do ano passado, o processo de recuperação judicial iniciado em 2018. Pela primeira vez em mais de uma década, a companhia pode voltar a fazer planos. Na época, Eugênio Staub disse que a empresa saiu da recuperação sem dívidas e com algum recurso em caixa
“Vemos muito potencial no setor de energia solar, cresce 50% ao ano, exige pouco investimento para instalação e ainda é um mercado pulverizado”, comenta Eugênio. “Outro setor que também avaliamos é o de drones para agricultura dado o potencial do Brasil no setor”, disse à época
Os problemas da companhia começaram no início dos anos 2000. Depois do auge de sua trajetória entre as décadas de 1980 e 1990, atuando principalmente nos segmentos de áudio e televisões em um mercado fechado às importações, a Gradiente não conseguiu se adaptar às mudanças do mercado e tomou decisões que Eugênio Staub hoje considera equivocadas.
“Houve um erro de gestão que eu assumo a culpa”, afirma o presidente do conselho da Gradiente. Ele destaca a compra da Philco, em 2005, então pertencente à Itausa como um desses erros.
“Eu resolvi dobrar a aposta no mercado de televisões, que estava contaminado pela competição estrangeira, em um momento em que deveria ter reduzido a escala da empresa e procurado outras soluções”, analisou o empresário
“Mas o fato é que não podemos chegar aos cem anos somente administrando galpões”, resumiu Eugênio Staub.
Durante a visita da Suframa, o superintendente Bosco Saraiva afirmou que a autarquia está à disposição da Gradiente para colaborar com seu processo de reabilitação no mercado e também reforçar a segurança jurídica para novos investimentos na região.
“É uma empresa que tem 52 anos de Zona Franca de Manaus, então tem um lugar especial na nossa história. Desejamos que ela continue se reerguendo e possa ter a confiança necessária para ampliar sua atuação na nossa região“, afirmou Saraiva.
Fonte: Real Time 1.