(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Fim do golpe do Pix? Tecnologia promete rastrear dinheiro roubado

Tecnologia e segurança caminham lado a lado. Não é de hoje que boa parte da nossa vida está em nossos aparelhos celulares. Conversas, informações do trabalho, fotos, contas e senhas salvas ou anotadas. Por um lado, temos muita praticidade. Por outro, em situações inesperadas, como golpe, roubo e furto dos aparelhos, nos vemos em maus lençóis.

Até pouco tempo, ter o celular levado por criminosos se resumia em perder o dinheiro de custo do dispositivo. Hoje, em um mundo tão conectado, os bandidos podem ter acesso às nossas informações, incluindo dados bancários. Até você chegar em casa e ligar para sua instituição, grandes estragos podem ter sido feitos. Nos casos mais extremos, como sequestros e assaltos, criminosos podem obrigar as vítimas a fazerem transferências via Pix.

Também existem as fraudes menos agressivas, por assim dizer. Pela internet, golpistas se passam por empresas para ter acesso aos seus dados. Dá para citar também o “golpe das maquininhas”, quando falsos entregadores passam valores muito superiores às compras sem que o cliente perceba.

As vítimas dependem de ações dos bancos, que nem sempre conseguem bloquear o dinheiro rapidamente e reaver as perdas. Ou seja, ficamos totalmente dependentes da sorte ou da boa vontade da empresa. As instituições financeiras até oferecem seguros para cartões e serviços de transferência, como o PIX. Mas, além do custo ao consumidor, essa medida não coíbe a ação criminosa. Afinal, o dinheiro continua com os bandidos.

Tecnologia promete rastrear dinheiro roubado

O Detectaflow padroniza as contestações em meios de pagamento em caso de fraudes, golpes e erros operacionais entre as instituições financeiras por meio de um canal centralizado.  Na prática, quando ocorre um golpe, a ferramenta rastreia a movimentação do dinheiro em operações realizadas. A solução ofertada ao mercado para testes contempla TED, DOC e boletos. A partir de maio, o Pix deve ser incluído. No futuro, o serviço deve ser expandido para cartões e criptomoeda.

“Quando uma fraude ocorre, 80% das pessoas não recebem o dinheiro de volta e somente 20% conseguem ressarcimento. O Detectaflow tem o objetivo de ajudar nesse problema do mercado, pois cada instituição analisa pontualmente caso a caso para decidir o reembolso da fraude”. Murilo Garcia, Superintendente de Dados da Nuclea, empresa responsável pela tecnologia.

Como funciona?

  • O sistema será capaz de registrar os valores, contas, a trilha de pagamento utilizada e o “caminho do dinheiro” entre as instituições.
  • Estudos de mapeamento permitem checar a movimentação dos recursos e identificar padrões.
  • A solução também disponibiliza o bloqueio de saldo automaticamente quando se identifica uma inconsistência financeira, de acordo com a governança de cada instituição.
  • Assim como acontece no mercado, onde a trilha de fraude usa diversos meios de pagamentos entre bancos e contas, na plataforma será possível realizar todo rastreio dos valores. O processo é conhecido como “triangulação”.
  • A plataforma pode ser operada por meio de um portal web com acesso restrito e controlado pelo cliente ou de forma automática por meio de integrações via APIs de serviços. Assim, as instituições financeiras podem fazer em tempo real as tratativas de contestação, registrando seu histórico e formalizando informações com mais segurança e agilidade.
  • A solução já está sendo testada com dez empresas, entre cooperativas de crédito e bancos.

“A Nuclea está olhando o pós-fraude, para entender o comportamento dos golpistas de forma mais rápida. A solução integra uma visão com machine learning, que acompanha todo o processo da fraude de entregar com rapidez e tecnologia as informações para minimizar seus impactos”. – Murilo Garcia

*Com informações do site Olhar Digital

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