Táxis aéreos, IA (inteligência artificial) e metaverso, além do duelo tecnológico entre China e EUA e o avanço da criptografia pós-quântica. Todos esses tópicos devem andar bastante movimentados em 2023.
A expectativa é alto quando se trata em avanços tech para o próximo ano. Não é por acaso: o setor acaba de passar por uma avalanche de emoções desde a pandemia, quando passou do mais requisitado, em 2020, para uma crise sem precedentes em 2022.
A escassez de chips semicondutores, alta inflação global e instabilidade política e econômica do pós-Covid interferem neste cenário. Mas, mesmo assim, há uma perspectiva de avanços para o próximo ano. A seguir, veja as direções para ficar de olho no ano que inicia.
Inteligência artificial
A era da IA só começou. Em 2023, teremos muito mais de Dall-E e ChatGPT – modelos de aprendizado de máquina que criam imagens a partir de texto e iniciam conversas com a imitação perfeita de um humano, respectivamente.
É provável que vejamos uma popularização crescente de serviços, que vão desde o app Lensa, que cria imagens artísticas a partir da análise de diversas fotos, e robôs militares que andam sozinhos e são capazes de integrar forças-tarefa em áreas de risco.
Avanços do metaverso
Nem todo mundo está no metaverso – por enquanto. Em 2023, grandes empresas de tecnologia devem apostar na realidade virtual, seja em marketing ou equipamentos, como headsets de realidade aumentada.
Uma análise da revista Economist aponta que o caminho não tem volta: a internet que conhecemos, baseada em textos e imagens bidimensionais, logo será substituída por ambientes em 3D imersivos, experimentados como videogames. E o mercado está atento a isso há bastante tempo.
A Meta, empresa-mãe do Facebook, deve continuar na liderança das vendas do seu headset, o Meta Quest Pro. Mas outras marcas devem lançar novas opções – provavelmente mais baratas – em 2023.
Um exemplo é a Apple, que já indicou interesse em criar headsets a partir do próximo ano. A Sony também deve atualizar seu modelo lançado pela primeira vez em 2016.
A Meta também quer lançar seu próprio mundo virtual, uma possível mistura de Instagram com (o saudoso) Second Life. Mark Zuckerberg já investiu mais de US$ 27 bilhões na ideia desde 2021.
Enquanto isso, Microsoft e Nvidia já deixaram claro que também terão seus serviços. Mas quem está na frente é a indústria de games: usuários do Fortnite já assistiram a shows e filmes dentro do jogo, por exemplo. Difícil precisar se o metaverso se populariza em definitivo em 2023, mas uma coisa é certa: muita gente está esperando por isso.
Táxis aéreos
É possível que em algum momento deixemos os carros de lado para nos movimentar com… táxis aéreos? Muita gente jura que sim.
Isso porque há muito investimento no desenvolvimento de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical. Várias empresas esperam que esses veículos obtenham a certificação necessária para começar a produção comercial no ano que vem, o que abre caminho para os primeiros serviços de passageiros.
Mas, antes, os reguladores vão ter que pensar nos padrões de segurança e nas formas de certificar as empresas para que comecem a trabalhar. Isso, porém, deve começar no exterior antes de chegar ao Brasil. Sabemos de processos adiantados na China, Alemanha e Japão.
eSIM
Em 2023 deve começar uma revolução nos chips para celular, o código físico que guarda informações como o número e dados de cobrança. Eles serão substituídos pelo eSIM, um código digital que pode ser transferido de um aparelho para outro sem precisar lidar com chips minúsculos.
Essa tecnologia já está em smartphones da Apple desde 2017, mas a nova linha de iPhones 14 elimina os chips físicos em definitivo e, quem comprar o novo dispositivo, precisará aderir ao formato.
Criptografia pós-quântica
Novos padrões de criptografia pós-quântica devem começar a ser implementados em 2023. Não é por acaso: esse método visa barrar ataques dos computadores quânticos a dados confidenciais que ainda estão em sistemas convencionais.
Hoje há algumas formas de criptografia na nossa circulação na internet, como o cadeado ao lado do endereço web, que sinaliza os serviços online que usam HTTPS. Mas computadores quânticos estão conseguindo atravessar essas barreiras.
Diferente dos computadores eletrônicos, os mais comuns hoje, esses dispositivos são capazes de refazer cálculos e algoritmos através da manipulação e leitura de informações armazenadas em sistemas quânticos, neste caso, bits quânticos. Assim, realizam tarefas muito mais rápido e chegam a espaços que os sistemas comuns não alcançam.
Essas máquinas ainda não são potentes o suficiente para enfraquecer totalmente as defesas criptográficas, mas estão em rápida evolução. É possível que se tornem uma ameaça até 2030 – ou talvez antes disso, segundo o MIT.
Morte das senhas
Em 2023, gigantes da tecnologia como Apple, Google e Microsoft devem avançar na substituição das senhas por chaves de acesso. Na prática, em vez de usar senhas com palavras, números e caracteres, os usuários poderão criar chaves distintas para cada login.
Assim, as passwords viram passkeys – uma forma de evitar o roubo de dados. Alguns serviços, como eBay e PayPal, já usam a abordagem.
*Com informações do site Gizmodo