Em 2023, o Polo Industrial de Manaus (PIM) se depara com um crescimento modesto e uma série de desafios significativos, apresentado um faturamento apenas 0,82% maior que ano passado.
Antonio Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), revela que o faturamento do PIM em reais é R$ 179,394 bilhões e, na moeda americana, cerca de US$ 35,677 bilhões, um aumento de 2,76% comparado a 2022.
“Felizmente houve reação da economia, com crescimento acima do esperado”, assinala o presidente da FIEAM, ao citar previsão da Fundação Getúlio Vargas de que o ano deve fechar com alta de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), com o desemprego em baixa e a inflação menor do que a do ano passado, o que faz crescer a esperança de equilíbrio nas contas do governo em 2024 e perspectivas de maior crescimento econômico.
Este aumento reflete a complexidade do ambiente econômico em que o PIM opera e sua capacidade de adaptação em tempos incertos.
A reforma tributária recente trouxe alívio ao setor, mantendo o diferencial competitivo crucial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Silva destaca a importância desta manutenção, afirmando que isso deve resultar em aumentos significativos nos investimentos, produção, faturamento e empregos.
A estabilidade prometida pela reforma é vista como uma vitória para o PIM, oferecendo um caminho mais seguro para o crescimento e investimento futuros.
No entanto, desafios climáticos como a seca extrema dos rios trouxeram consequências graves para o Amazonas e impactaram diretamente o PIM.
A escassez de água e as ondas de fumaça causadas por incêndios na região metropolitana afetaram a qualidade do ar, a saúde da população e a produção industrial.
O apoio do Governo do Estado e de entidades representativas foi fundamental para superar essas dificuldades, enfatizando a necessidade de uma abordagem colaborativa para enfrentar crises e garantir sustentabilidade.
Além dos desafios ambientais, o PIM iniciou o ano com uma inflação acima da meta do Banco Central e uma taxa Selic elevada, indicando desafios adicionais para a economia.
Apesar desses obstáculos, o Polo Industrial mostra sinais de recuperação e adaptação, sustentados pelo modesto crescimento do faturamento. A dinâmica econômica de 2023 e o desempenho do PIM serão cruciais para definir o futuro da região.
O PIM também prevê um aumento de 1,17% no nível de emprego, um sinal de otimismo cauteloso para o futuro próximo.
Setores do PIM crescentes em faturamento
O subsetor de Duas Rodas lidera o crescimento com um impressionante aumento de 23.83% em dólar, traduzindo-se em um faturamento de US$ 6.316 bilhões.
Em reais, o crescimento é de 20.07%, com faturamento atingindo R$ 31.634 bilhões, posicionando-se como o mais dinâmico entre seus pares.
Seguindo de perto, o Subsetor Mecânico registra um robusto crescimento de 19.37% em dólar, com faturamento de US$ 2.316 bilhões.
Em reais, o aumento é de 14.50%, totalizando R$ 11.471 bilhões, uma demonstração de vigor em um cenário desafiador.
O Subsetor Eletroeletrônico, com um crescimento em dólar de 6.65% e um faturamento de US$ 6.838 bilhões, além de um aumento em real de 3.14%, totalizando R$ 33.973 bilhões, mostra uma performance estável, contribuindo significativamente para a economia do PIM.
O Subsetor Termoplástico apresenta um crescimento em dólar de 3.19%, com um faturamento de US$ 3.070 bilhões, e uma ligeira variação positiva em real de 0.04%, resultando em R$ 15.250 bilhões, sinalizando uma resiliência diante das adversidades.
O Subsetor Químico, embora tenha enfrentado um decréscimo quase nulo em reais de -0.01%, mostrou-se mais robusto em dólar com um aumento de 3.13%, alcançando um faturamento de US$ 3.625 bilhões e R$ 18.018 bilhões, respectivamente, indicando uma adaptação estratégica ao ambiente de mercado.
Setores que apresentaram redução no faturamento
O Subsetor Metalúrgico viu um recuo em suas atividades, com uma diminuição de 6.41% em dólar, faturando US$ 2.520 bilhões, e uma queda de 9.02% em real, somando R$ 12.533 bilhões.
Este resultado reflete os desafios específicos enfrentados pelo setor.
O Subsetor de Informática registrou o maior decréscimo, com uma redução de 13.96% em dólar, totalizando US$ 8.543 bilhões, e uma queda ainda mais acentuada em reais de 16.29%, somando R$ 42.786 bilhões.
Este resultado destaca as dificuldades enfrentadas pelo setor em manter seu desempenho em um ano desafiador.
Em um ano marcado pelos extremos climáticos, O Polo Industrial de Manaus manteve seus setores como Duas Rodas e Mecânico avançando com números promissores, outros enfrentam retrações que exigem atenção e estratégias adaptativas.
O PIM, com sua complexa teia de indústrias, continua a ser um espelho das flutuações econômicas e um barômetro da resiliência industrial.
Fonte: Real time 1.
