Segmento faturou R$ 12,2 bilhões em 2019, um crescimento de 7,4% em relação a 2018, de acordo com a ABF – número de unidades abertas foi de apenas 1%
Crescimento das franquias de educação se deve, em parte, à inovação (Foto: Reprodução/Pexels)
O segmento de Educação é um dos mais antigos do franchising brasileiro. Redes como Yázigi e Fisk estão na ativa há mais de 50 anos. Atualmente, o nicho ganhou algumas contribuições importantes como escolas de robótica ou cursos profissionalizantes – que tiveram um crescimento expressivo durante o período de crise. Ainda assim, somente nove redes estão entre as 50 maiores do país em número de unidades, segundo ranking divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
De acordo com dados que serão divulgados pela entidade hoje, 6, e foram adiantados a PEGN, o segmento de Serviços Educacionais faturou R$ 12,2 bilhões em 2019 – 7,4% a mais do que em 2018. O resultado lhe conferiu o terceiro lugar entre os setores que mais cresceram no período. No ano passado, o nicho amargou uma das últimas posições no ranking.
Os resultados alcançados em 2019 não se devem diretamente ao aumento de unidades franqueadas, uma vez que a expansão foi de apenas 1%, mas ao aumento de receita das próprias franquias existentes.
De acordo análise da ABF, os resultados são fruto de investimentos em tecnologia e inovação, além do lançamento de novos modelos de negócios e os ganhos de eficiência em gestão. A entidade exemplifica com bom desempenho as redes Grau T – Centro de Ensino Técnico, Influx English School e Maple Bear – esta última recentemente anunciou a venda de parte da matriz internacional à máster-franquia brasileira, Grupo SEB.
Muitas redes criaram, ao longo dos últimos anos, cursos híbridos, com parte das aulas presenciais e outra parte online. Além disso, a modalidade school in school (implantação de franquia dentro de escola regular ou parceiros) potencializou os resultados. As escolas tradicionais ainda predominam, com 87% de participação; modelos híbridos já são adotados por 35% delas, e in school, por 33%.
Em comunicado enviado com exclusividade à PEGN, Sylvia Barros, coordenadora da Comissão de Educação da ABF, diz que “os ajustes começaram há cerca de três anos e já podemos sentir alguns resultados. Em linha gerais, foram elaboradas metodologias de ensino híbridas, presencial e online, e criados novos tipos de pontos, como home based e aulas em escolas tradicionais. Mais do que nunca o foco no aluno é fundamental para mantermos o crescimento do segmento.”
Confira a seguir exemplos de redes de educação que adequaram seus modelos de negócio entre 2019 e 2020 para voltar a crescer:
Unidade do CNA em Santa Cruz do Capibaribe (PE) (Foto: Divulgação)
Em janeiro de 2020, o CNA lançou a “nova cara” de sua plataforma online de aprendizagem, o CNA Net, que é utilizado pelos alunos da rede como complemento ao ensino do idioma feito em sala de aula. A ferramenta é um portal gamificado que aumenta o interesse dos alunos pelo aprendizado.

Fachada da Happy Code (Foto: Divulgação)
A escola de programação Happy Code criou em 2018 o método de ensino Lean Education Technology, o LET. No ano passado, eles iniciaram uma parceria com escolas no intra e extracurricular, e hoje já são mais de 12 mil alunos espalhados por todo o Brasil.
No ano passado, o Kumon, uma das maiores e mais antigas redes de educação ativas no país, se lançou no mundo virtual com o Kumon AudioBook, uma plataforma web com áudios do curso de inglês.
Neste ano, a Minds English School implantou a sua plataforma de curso 50% presencial e 50% online, com gráficos inspirados em videogames, que permitem acesso por computador ou smartphone.
Quiosque da Park Idiomas (Foto: Divulgação)
A franquia de inglês e espanhol Park Idiomas lançou uma escola no formato de quiosque para ser implantado em shoppings centers e centros comerciais. A rede afirma que a modalidade ajudou no crescimento de 23% no faturamento em 2019.
O recente método de sala de aula invertida da Rockfeller Languague Center conta com mais horas de aula, e uma metodologia que permite ao aluno alcançar o nível avançado em dois anos e meio, por meio de uma nova forma de interação entre alunos e professores.
A franquia de cursos de inglês para crianças dos 18 meses até os 12 anos The Kids Club lançou o Portal do Aluno, plataforma de venda de material didático. O objetivo é melhorar a experiência do usuário para venda de material, consulta de boletos pendentes, pagamento de mensalidades e informações sobre o conteúdo das aulas e a presença de alunos.