Número de pessoas desocupadas no país já era alto, mas, por causa da pandemia, quase 9 milhões de brasileiros ainda perderam seus empregos em três meses. Jaime Vasconcellos, assessor econômico da FecomercioSP, lista cinco estratégias que podem ajudar.
1- Procurar empregos em segmentos com melhor conjuntura econômica
É importante o candidato buscar vagas em atividades que possuem boa ou melhor desempenho de vendas. Emprego sempre será um investimento na visão do empresário, portanto ele só investirá em mão de obra se tiver bom desempenho nas vendas de seus estabelecimentos. Seguem as atividades:
– Setores de tecnologia da informação: suporte técnico, programadores, especialistas em rede, cientista de dados, analista de segurança etc.;
– Área de logística e entregas: Não somente motoristas, estamos falando de operadores, estoquistas e auxiliares;
– Serviços de saúde e atendimento hospitalar;
– Comércio varejista e atacadista de gêneros alimentícios: é um segmento de mercadorias essenciais e básicas, portanto com demanda mais estável;
– Comércio varejista e atacadista de produtos farmacêuticos: também é um segmento de mercadorias essenciais e básicas, portanto com demanda bastante estável.
— Foto: Acervo
2 – Buscar oportunidades na demanda empresarial por sua digitalização
Considerando que a pandemia, e o necessário isolamento social inerente a ela, aceleraram a demanda empresarial por digitalização, quem possuir capacidade de atender a essa fragilidade de boa parte das empresas brasileiras (independente do seu porte) pode conseguir bons frutos.
E não estamos falando apenas da digitalização do canal de vendas, estamos falando de processos internos de gestão de estoque, controle de jornadas de trabalho, relacionamento com fornecedores e clientes, marca, site, apresentação de portfólio etc. Boas oportunidades para profissionais de TI, marketing, comunicação, logística, vendas, contabilidade e apoio empresarial.
— Foto: Reprodução/TV Globo
3 – Prepare-se para o processo seletivo online e para trabalhar em home office ou modelo híbrido
Também acelerado pela pandemia, cada vez mais comum as etapas do processo seletivo serem totalmente feitas à distância. Portanto o candidato precisa se familiarizar com o conceito, bem como organizar sua imagem, o conhecimento das ferramentas e estrutura doméstica para entrevistas à distância. Muitas vezes a entrevista online é um “aperitivo” do trabalho em home-office caso haja a contratação.
Já que muito dos problemas dos processos seletivos é o nervosismo dos candidatos, a via digital permite previsibilidade, isto é, treinamento. Portanto faça vídeos e observe vícios de linguagem e postura, atualize e faça sua apresentação (contatos, experiência, motivações) em pequenos e objetivos vídeos. Alguns recrutadores até solicitam vídeos avulsos.
É preciso ter cuidado com as informações colocadas no perfil nas redes sociais. — Foto: reprodução/TV Tem
4 – Rede de contatos deve ser ampliada ao mundo digital e reativada
Muitas oportunidades de emprego aparecem pelas redes sociais. Estamos falando de LinkedIn, Facebook Jobs ou até mesmo o Instagram, Twitter e o Facebook tradicional. É hora de seguir e interagir com perfis empresariais (institucionais), plataformas e empresas recrutadores nas redes, atualizar seu perfil, tomar cuidado com postagens, interações e demonstrar na sua atividade digital sua personalidade além do ambiente pessoal.
5 – Planejamento e temperança
Procurar emprego não é uma tarefa simples pela própria obviedade da situação de dificuldade que o indivíduo fora do mercado de trabalho se encontra. Em períodos de crise o equilibro emocional fica ainda mais comprometido. A despeito disso, é necessário antes de sair atrás de vagas realizar um planejamento.
Atualizar o currículo, elaborar listas de potencialidades e fragilidades pessoais e profissionais, elencar as experiencias de sucesso e fracassos em ocupações anteriores e entender onde suas potencialidades poderão atender a uma necessidade empresarial – sim, as empresas buscam soluções no novo empregado.
Um último ponto, em períodos de crise, há uma oscilação emocional imensa no candidato a uma vaga. Ele pode ficar eufórico demais em uma entrevista e, por isso, se dar mal. E pode, por outro lado, afundar no pessimismo e revolta frente a uma frustração após uma negativa. Ambas as situações são ruins. Nem sempre você pode ser o ideal para aquela vaga, mas não feche a porta com um recrutador que pode lhe indicar para outra oportunidade.
Fonta: G1 – Reportagem Especial do Fantástico