Dia Internacional da Síndrome de Down reforça a importância por direitos igualitários

Símbolo desta luta é Luana Rolim de Moura, que fez história nessa segunda-feira (15), ao ser a primeira portadora de síndrome de Down a tomar posse e ocupar uma cadeira no Poder Legislativo no Brasil

O Dia Internacional da Síndrome de Down é comemorado neste domingo (21) e a data é importante para conscientizar a população sobre a inclusão das pessoas com Down e a importância da luta por direitos igualitários.

Símbolo desta luta é Luana Rolim de Moura, 26 anos, que fez história nessa segunda-feira (15), ao ser a primeira portadora de síndrome de Down a tomar posse e ocupar uma cadeira no Poder Legislativo no Brasil. Ela tomou posse na Câmara de Vereadores de Santo Ângelo, pelo PP.

Luana já havia ficado conhecida ao ser a primeira portadora da síndrome formada em Fisioterapia no território brasileiro. “Para mim foi emocionante dizer a palavra prometo perante a população de Santo Ângelo, agora vou mostrar trabalho, dedicação e muito esforço. Estou muito grata aos meus pais, meus eleitores e amigos, para chegar até aqui foi uma longa caminhada. Missão cumprida!”, ressaltou.

Importância do atendimento precoce

A Apae de Jundiaí que possui um respeitado trabalho voltado à inclusão de portadores da síndrome em atividades escolares e profissionais, aumentando assim, as possibilidades de desenvolvimento e autonomia, afirma que é importante que o atendimento à criança com Síndrome de Down tenha início nas primeiras fases do seu desenvolvimento.

“O quanto antes iniciar o atendimento, melhor. Esta atitude da família pode contribuir significativamente no desenvolvimento da criança”, informa Suely Angelotti, diretora executiva da Apae

A coordenadora de Saúde da Apae Jundiaí, Camila Mendes, reforça que a participação da família no desenvolvimento da criança é muito importante. “A Apae atua com afinco no fortalecimento do vínculo com a família, no empoderamento e na busca pelos direitos. Nós procuramos fazer com que as famílias entendam que a sua participação e o seu envolvimento é importante e pode contribuir muito no processo de inclusão da pessoa com deficiência”, defende.

A Apae de Jundiaí atende hoje 51 pessoas com Síndrome de Down. Elas recebem atendimento terapêutico, estimulação e participam dos programas de Atendimento Especializado, Centro de Convivência, além de frequentar Educação Municipal a Escola de Educação Especial.

Preconceito

Ao contrário do que alguns pensam, a Síndrome de Down não é uma doença, mas sim, é uma mutação do material genético. A diretora executiva da Apae lamenta que, infelizmente, ainda existe muito preconceito não só com a Síndrome de Down, mas com a pessoa com deficiência intelectual de uma forma geral.  “Nós queremos contribuir com uma sociedade mais inclusiva e que respeita as diferenças”, afirma.

Atendimento em Jundiaí

Pela Saúde Municipal, oito usuários, na faixa de 9 meses a quatro anos passam por atendimento terapêutico com fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. Já no Programa de Atendimento Especializado, são sete usuários, de 13 a 16 anos, que realizam atendimento em terapia ocupacional, psicopedagogia e/ou fonoaudiologia.

“As atividades realizadas tem o objetivo de promover o desenvolvimento neuropsicomotor potencializando o processo de aquisição de suas funções cognitivas e habilidades sócio afetivas. Deve focar no desenvolvimento da autonomia para as atividades de vida diária, autocuidado, socialização, aquisição de habilidades sociais, escolaridade para facilitar a sua inclusão social”, explica Camila.

No Centro de Convivência, Camila explica que são 17 usuários, na faixa de 18 a 44 anos. Lá, os atendimentos são focados manutenção do estilo de vida saudável, no desenvolvimento da autonomia para as atividades instrumentais de vida diária, da independência, autocuidado, socialização e inclusão social. “Nós promovemos atendimentos em grupo e com atividades na área de musicoterapia, arteterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, educação física, psicologia e monitor cozinha”, enumera.

Na Educação Municipal, são dois alunos com 8 e 9 anos que participam de atendimento com pedagoga, psicopedagoga e fonoaudióloga. Os atendimentos são realizados com o objetivo de desenvolver habilidades pedagógicas, sociais e emocionais, visando facilitar a aprendizagem e o processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência intelectual, transtornos do espectro do autismo e limítrofes que frequentam a rede municipal de ensino, encaminhados pela Departamento de Educação Inclusiva – DEIN.

Já na Escola de Educação Especial, são 14 alunos na faixa etária de 7 a 25 anos que frequentam a Escola da Apae. “Temos 14 alunos e destes, seis participam também de atendimento na área da saúde devido limitações nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia e/ou terapia ocupacional”, explica Camila.

A Apae também desenvolve um programa de Apoio ao Envelhecimento, com três usuários na faixa de 42 a 48 anos.  “O programa é voltado para os usuários a partir de 35 anos e suas famílias. Nós desenvolvemos ações que visam a inclusão, habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência intelectual de tal forma que permitam o resgate de sua cidadania, integrando-a na sociedade, conforme suas necessidades e habilidades”, defende a coordenadora da Saúde.

As atividades desenvolvidas nestes programas proporcionam mais qualidade de vida aos alunos, aquisição de conhecimentos, habilidades e o desenvolvimento de potencialidades. “Com estas atividades eles conquistam autonomia pessoal e social, facilitando a sua convivência familiar e comunitária”, reforça Suely.

Quando ocorre a Síndrome de Down

Todas as células humanas têm um núcleo, onde o material genético é armazenado em genes. Os genes carregam os códigos responsáveis pelos traços que serão herdados dos pais e se agrupam em estruturas chamadas cromossomos. Normalmente, cada célula tem 23 pares de cromossomos, sendo a metade de cada uma herdada de um dos pais.

A Síndrome de Down ocorre quando, ainda no útero da mãe, a divisão celular do embrião falha e resulta na existência de três cromossomos na posição 21. Sendo assim, ela é considerada uma falha genética, e não uma doença. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 300 mil pessoas com a síndrome.

Com informações da assessoria de imprensa.

Fonte: Tribuna de Jundiaí

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