Veja as ideias de Romeo Busarelli, da construtora Tecnisa, para se sair bem numa era em que gestor de empatia de robôs é uma profissão em ascensão
Florianópolis — Gestor de empatia de robôs – Há 5 anos, esse cargo existiria apenas em alguma série de comédia futurista. Hoje, essa posição não só existe como disputa os melhores estudantes de letras (sim, letras); e resolve um problema real.
Estamos vivendo transformações digitais em vários setores. Nem mesmo os mais tradicionais, como o bancário e o da construção civil, parecem estar imunes a essas mudanças. Como, então, os profissionais podem se manter relevantes e fazer parte dessas transformações?
Romeo Busarelli, diretor de marketing e ambientes digitais da construtora Tecnisa, tem algumas opiniões sobre o assunto. Em sua apresentação no RD Summit, evento de marketing digital que acontece de 8 a 11 de novembro em Florianópolis (SC), Busarelli falou sobre tendências no mercado de trabalho, e sobre as competências e habilidades necessárias para um bom profissional. “As escolas ensinam o que é certo; o bom profissional precisa fazer o que dá certo”, diz ele.
Várias das tendências que estão alavancando alguns negócios e destruindo outros, como inteligência artificial, drones e internet das coisas, não são ensinadas em cursos tradicionais. Mas nem por isso investir em educação é menos importante. “Não tem jeito. Educação tem que ser contínua. Só não precisa ser formal”, enfatiza Busarelli.
O profissional mediano vai ser engolido
Novos negócios têm ganhado mercado em escala exponencial, com equipes cada vez mais enxutas. Profissionais têm sido substituídos por algoritmos e por novas soluções que mudam o mercado de trabalho. É preciso estar sempre conectado a essas mudanças para não ser engolido pelas transformações.
Busarelli, entretanto, prefere não ser alarmista sobre o assunto ao enfatizar que algumas áreas acabam, mas outras surgem, que exigem outras qualificações: “A gente faz uma festa sem dinheiro, mas não faz uma festa sem amigos”, argumenta, ao destacar a importância do ser humano nos negócios.
Profissionais precisam estar sempre conectados. Fazer parte do ecossistema em que estão inseridos e, especialmente, contribuir com ele, é importante. É preciso estar bem conectado para identificar e compreender as tendências antes que elas ocorram em larga escala. Daí a importância de cultivar uma rede de relacionamentos sólida. A quantidade de tempo que o profissional investe conectando-se com outras pessoas importa. Ou, como Busarelli brinca, a quantidade de “horas-bar” do currículo da pessoa.
O que vale são os últimos 5 anos de experiência
Na medida em que as áreas mudam, as competências necessárias para novos postos se ajustam, e novas oportunidades surgem. Busarelli ilustra o seu ponto usando como exemplo com a carreira para alunos de letras: enquanto há 5 anos a maioria seguia a carreira docente como destino, hoje há inúmeras possibilidades em organizações que trabalham com inteligência artificial, por exemplo.
A principal tecnologia do século XXI é a de gestão
Equipes produtivas requerem profissionais com perfil difícil de se encontrar no mercado. Reter esses talentos é sempre um desafio, e cada vez mais importante. A gestão precisa ser customizada para encontrar formas de maximizar a produtividade desses profissionais. “Hora útil é mais importante que hora extra”, resume Busarelli.
Decisões têm de ser tomadas com base em dados
Os bons profissionais precisam de habilidades analíticas bem desenvolvidas para ser capaz de compreender e identificar relações em dados, e tomar decisões com base nisso. Busarelli tem até um neologismo para isso: estamos na época do “dataísmo”.