A falta de profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI) tem provocado mudanças no comportamento das empresas. A necessidade deste tipo de contratação tem feito com que esses empreendimentos contratem alunos antes mesmo de se formar e criem estratégias para “segurar” o funcionário.
João Augusto Maia, de 20 anos, ainda está no primeiro semestre e já conseguiu emprego de carteira assinada como profissional de Tecnologia da Informação.
“Eu ainda estou no meu primeiro semestre da faculdade, mas como já tenho um curso de técnico em informática, eles me designaram para esse setor onde consigo aprimorar meus conhecimentos em computação. Também é muito bom, pois eu consigo já ir vendo quais subáreas são mais atrativas para mim”, comemorou.
Ainda de acordo com ele, também tem ganhado bastante como prestador de serviços. “O que eu mais ganho são com freelances relacionados à programação. Tem algumas empresas que acabam contratando para fazer algumas partes do sistemas e eu acabo ganhando como um prestador de serviços”.
Segundo o consultor de Educação Profissional Segmento de Tecnologia da Informação e Inovação, Mário Márcio Marietti, atualmente, na Unidade de Campo Grande Senac Hub Academy, está tendo grande procura nos cursos técnicos da área de tecnologia, em destaque ao Curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas, pois a taxa de empregabilidade dos alunos ultrapassa os 80%, o que demonstra a demanda constante por profissionais qualificados.
O aluno que faz esse curso já começa a ser recrutado para as empresas por volta do oitavo mês de curso, e o curso tem duração de um ano e meio no total de 1.200 horas. Esse índice é do Curso Técnico do Senac”, destacou Marietti.
Melhorias
A empresa Mil Tec Tecnologia da Informação optou por melhorar o leque de atrativos para captar os profissionais.
Segundo a analista de sistemas Cristiane Riquelmes, encontrar pessoas capacitadas tem sido um desafio. “Encontrar profissionais Sêniores tem sido um desafio para muitas empresas, que estão recorrendo a empresas de recrutamento especializadas para auxiliá-las na busca por esses profissionais. A competitividade por talentos nesse nível é alta, e as empresas estão adotando estratégias proativas para atrair e reter esses profissionais”, disse.
No caso da Mil Tec, são oferecidos benefícios complementares ao salário, treinamentos e desenvolvimento profissional, além de implementar ações para a retenção de talentos.
Cristiane ainda fala sobre a gama de possibilidades e especializações na área de tecnologia. “A área de tecnologia oferece uma ampla gama de possibilidades e especializações, permitindo que os profissionais escolham o segmento que melhor se adapte às suas habilidades e preferências. A possibilidade de trabalhar em regime home office tem aberto novas oportunidades de trabalho, transcendendo fronteiras e permitindo que empresas atuem com profissionais de outros estados e até mesmo de outros países”, completou.
Cenário
Ainda na visão do consultor Mário, o desafio é encontrar profissionais capacitados para suprir a demanda.
“Diante dessa realidade, a formação técnica tem se mostrado uma alternativa eficaz para preparar mão de obra qualificada em um curto espaço de tempo. Os cursos técnicos voltados para a área de tecnologia têm ganhado destaque, oferecendo uma formação mais prática e direcionada às necessidades do mercado de trabalho”, destacou.
Ainda de acordo com ele, a demanda média anual por profissionais de TI no Brasil é de 159 mil, enquanto apenas 53 mil pessoas são formadas na área a cada ano.
O profissional também ressalta sobre a facilidade em trabalhar a distância para empresas de outros estados e até fora do país.
“Tenho muitos colegas profissionais da área de desenvolvimento de software que moram em Campo Grande e estão trabalhando de forma remota para empresas de outros estados e também para empresas da Europa, Estados Unidos e Canadá. Isso ocorre devido à necessidade de profissionais de tecnologia não se limitar apenas ao nosso mercado brasileiro, mas ser uma demanda global”, ressaltou.
Além disso, na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), por exemplo, o curso de Ciências da Computação começa no segundo semestre deste ano, justamente, para tentar atender a necessidade do mercado.
*Com informações do site Campo Grande News