A economia brasileira gerou 129.601 empregos com carteira assinada em abril, de acordo com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Ministério da Economia.
O saldo é a diferença entre as contratações e a demissões. Em abril, o país registrou 1.374.628 contratações e 1.245.027 demissões.
Esse é o melhor resultado para meses de abril desde 2013, ou seja, em seis anos. No mesmo período do ano passado, foram abertas 115.898 vagas com carteira assinada.
O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, afirmou que o mês de abril normalmente traz abertura de vagas formais, de modo que o resultado não foi uma surpresa.
Entretanto, avaliou também que, na medida o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não está registrando crescimento expressivo neste ano, o saldo de empregos criados foi bom.
“Dá para dizer que não é o crescimento exponencial de mercado de trabalho que todos gostaríamos, e que a economia precisa, que os trabalhadores ainda desempregados precisam, mas que está em linha com a dinâmica geral do mercado brasileiro”, declarou.
“Não vamos colocar os carros na frente dos bois. É preciso que os fatores da economia se recuperem, com aprovação de reformas, e, a partir daí, o mercado de trabalho reagirá [com maior intensidade]”, concluiu Dalcolmo.
Após três anos seguidos de demissões, a economia brasileira voltou a gerar empregos com carteira assinada em 2018, quando foram abertas 529.554 vagas formais, de acordo com dados oficiais.
Parcial do ano
Os números oficiais do governo mostram também que, nos quatro primeiros meses deste ano, foram criados 313.835 empregos com carteira assinada.
Com isso, houve queda de 6,83% frente ao mesmo período do ano passado – quando foram abertas 336.855 vagas formais.
Os números de criação de empregos formais do primeiro quadrimestre, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo nos meses de janeiro e março. Os dados de abril ainda são considerados sem ajuste.
Já nos últimos 12 meses, segundo o Ministério do Trabalho, foram criados 477.896 postos de trabalho formais. Com o resultado de abril, o estoque de empregos estava em 38,724 milhões no final de abril. No final do mesmo mês de 2018 eram 38,246 milhões.
Por setores
Os números do governo revelam que, em abril, houve abertura de vagas em todos os oito setores da economia.
O maior número de empregos criados aconteceu no setor de serviços. Já a indústria extrativa minera foi o setor que criou menos vagas.
- Indústria de Transformação: +20.479
- Serviços: +66.290
- Agropecuária: +13.907
- Construção Civil: +14.067
- Extrativa Mineral: +454
- Comércio: +12.291
- Administração Pública: +1.241
- Serviços Industriais de Utilidade Pública: +867
Dados regionais
Segundo o governo, houve abertura de vagas formais, ou seja, com carteira assinada, em todas as regiões do país em abril deste ano.
- Sudeste: +81.106
- Sul: +14.570
- Centro-Oeste: +15.240
- Norte: +3.092
- Nordeste: +15.593
O governo informou ainda que, das 27 unidades federativas, 23 tiveram saldo positivo (criação de empregos formais) em abril deste ano.
Os maiores saldos positivos de emprego ocorreram em São Paulo (+50.168), Minas Gerais (+22.348) e Paraná (+10.653 vagas).
Os maiores volumes de demissões foram registrados em Alagoas (-4.692), Rio Grande do Sul (-2.498) e Rio Grande do Norte (-501).
Trabalho intermitente e parcial
Segundo o Ministério do Trabalho, foram realizadas 9.972 admissões e 4.550 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente em abril deste ano. Como o total de admissões nessa modalidade foi maior que o de demissões, houve um saldo positivo de 5.422 empregos no período.
O trabalho intermitente ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado.
Foram registradas ainda, no mês passado, 7.419 admissões na modalidade de regime de trabalho parcial e 4.592 desligamentos, gerando saldo positivo de 2.827 empregos.
As novas modalidades de trabalho parcial, definidas pela reforma trabalhista, incluem contratações de até 26 horas semanais com restrições na hora extra ou até 30 horas por semana sem hora extra.
Salário médio de admissão
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.584,51 em abril. Em termos reais (após a correção pela inflação), houve queda de 1,32% no salário de admissão, ou de R$ 21,17, na comparação com o mesmo mês de 2018.
Em relação a março de 2019, porém, houve uma alta real de 0,45%, ou de R$ 7,14, no salário médio de admissão, informou o Ministério da Economia.