Arregace as mangas: emprego à vista

Ôpa 2018 mal começou, mas inicia com boas perspectivas para o mercado de trabalho. Depois do barco (país) quase afundar em 2017, finalmente a economia começa a se recuperar e as projeções para este ano são positivas, embora tímidas.

Algumas medidas de Henrique Meirelles preveem a criação de dois milhões de empregos, com juros e inflação baixos. Ainda não é o ideal, mas é menos pior do que no ano passado, quando o desânimo e o medo se sobressaíram à crise e tomaram conta do mercado, minando os investimentos.

Com o fôlego, o país eleva a credibilidade e, após a tempestade, vem a bonança. Vamos esperar que a crise política e o rombo fiscal não coloquem o plano ladeira abaixo, seguimos otimistas, apesar de alguns especialistas afirmarem que a retomada será lenta e que – este ano – a taxa de desemprego não recuará para uma casa decimal.

Mais próximo da contratação

O ano promete! Com esse novo cenário despontando, e como uma coisa puxa a outra, as empresas voltarão a contratar. É o que aponta os dados da pesquisa divulgada pela Consultoria Deloitte em dezembro de 2017, a qual verificou que 41% das grandes e médias empresas pretendem aumentar o número de funcionários neste ano, enquanto 12% pretendem reduzir o número e 47% das companhias pesquisadas irão manter o quadro de colaboradores.

Então se você está desempregado, procurando uma nova colocação ou atua na área de RH, saiba um pouco a respeito do mercado de trabalho para este ano.

Vagas e capacitação

A Robert Half, empresa de recrutamento reconhecida internacionalmente, lançou o Guia de Salários 2018 contando com a participação de 100 CFOs brasileiros. Na pesquisa, 55% disseram ter dificuldades em contratar profissionais qualificados, 35% falaram que têm um pouco de dificuldade e apenas 10% estão satisfeitos.

Ou seja, além da disponibilidade de vagas, há uma questão de capacitação que é preciso considerar. A mesma opinião da maioria é percebida por Wilson Périco, presidente do CIEAM, presidente do SINAEES, vice-presidente da FIEAM e membro titular do Conselho Fiscal da ABRH-AM.

Em recente entrevista, ele me falou da dificuldade em contratar bons profissionais, principalmente jovens recém-formados, nas áreas de Engenharia, IT e Meio Ambiente. Dizendo que a questão não é a graduação, mas sim a qualificação. Uma situação que precisa ser repensada, pois se haverá vagas é preciso de gente capacitada pra assumi-las.

Guia e áreas em ascensão

Para este ano, o Guia destaca a busca por profissionais de Compliance, devido à entrada em vigor da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) e que entendam as normas, melhorando as atividades, de modo a elevar os índices de eficiência e confiabilidade das informações.

A área de Projetos Especializados aparece logo no início do Guia e demanda por profissionais contratados para projetos pontuais, geralmente consultores que, diante de um cenário de mudanças e incertezas, atuam na busca de soluções, além de evoluir os processos e negócios. Já a área jurídica segue em alta, visando profissionais “com senso de dono e perfil empreendedor”.

Depois aparece a Engenharia, que continua avaliando e valorizando o perfil pessoal dos candidatos aos diversos cargos. Destacam-se “os profissionais com perfis comerciais, mais analíticos, com flexibilidade e jogo de cintura”.

Na continuação vêm Finanças e Contabilidade, que depois de passarem um sufoco atuando num cenário restritivo, começam a ter destaque, pois têm a missão de atingir o principal foco das companhias para os próximos anos: aumentar a rentabilidade do negócio. Mas, para atuar nessas áreas precisa ter muito jogo de cintura e comportamento que inclua resiliência, saber lidar com pressão, perfil conciliador, flexibilidade e ser multitarefas.

Outro destaque, conforme o Guia, é o Mercado Financeiro, que tem apresentado uma retomada, devido a investimentos e às oportunidades que continuam aparecendo em Fintechs, meios de pagamentos, fundos e áreas de crédito. Além das costumeiras habilidades exigidas (técnicas e comportamentais), sobressaem-se profissionais com visão ampliada e estratégica em médio e longo prazos, que se mantenham qualificados e inglês na ponta da língua.

Em relação à área de Recursos Humanos, há espaço para todos os subsistemas, destacando-se o setor de Remuneração e Benefícios, por estruturar cargos e salários, e ter a missão de elaborar pacotes atrativos de benefícios, de modo a reter talentos.

Nessa área, vale ressaltar a pesquisa da Robert Half realizada com gestores de RH. Dentre eles, o trabalho mapeou que 44% se preocupam com o desenvolvimento de líderes, enquanto 20% com recrutamento de pessoal, já 16% dos gestores focam no aumento da motivação da equipe, outros 8% trabalham na retenção de pessoal, 8% dos entrevistados mencionaram a busca por comprometimento da alta direção com a gestão de pessoas e, finalizando, 4% focam na resolução de conflitos.

Agora vem a área de Seguros, também impulsionada pela Lei Anticorrupção, que pune empresas envolvidas em práticas de corrupção, tem forçado as seguradoras e se adaptarem aos novos procedimentos, aquecendo o mercado de trabalho.

Nem precisa dizer que a área de Tecnologia segue firme e forte em 2018, tornando-se mais estratégica do que nunca em decorrência da velocidade da transformação nos negócios. Isso significa aumento na procura por profissionais de TI, porém, mais que conhecimentos técnicos, é preciso que eles sejam analíticos.

Para finalizar, seguem Vendas e Marketing, setores que vêm se transformando para acompanhar o ritmo das mudanças tecnológicas e as novas formas de relacionamento com os consumidores.

Manaus segue a tendência

Manaus segue alinhada a essa nova realidade em relação ao crescimento de número de postos de trabalho, conforme me informou o pessoal da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado do Trabalho (SETRAB), dizendo que entre novembro e dezembro de 2017 foram criados cerca de 2,5 mil empregos (temporários) na capital, por conta das vendas do fim de ano e, conforme o cálculo dos lojistas, 10% dessas contratações serão efetivadas. Diferentemente do que ocorreu entre a passagem de 2016/2017, quando apenas 3% foram revertidas. Então, vamos arregaçar as mangas e trabalhar, porque as oportunidades já estão chegando!

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