Com solidariedade e uso da tecnologia, o número de microempreendedores individuais cresce no Brasil
Tentar é um dos significados da palavra empreender. Se já era desafiador abrir o próprio negócio em condições comuns, durante a pandemia de Covid-19 os empreendedores enfrentam ainda mais obstáculos, mas não desistem até conseguir uma fonte de renda e de orgulho.
Para muitas pessoas, começar a própria empresa no último ano virou questão de sobrevivência. A crise sanitária e econômica deixou 14,7 milhões de brasileiros desempregados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse triste panorama ajudou a aumentar a quantidade de empreendedores no Brasil.
De acordo com a Receita Federal, os registros de microempreendedores individuais (MEI) optantes pelo Simples Nacional cresceram 20% — passaram de 9,4 milhões, em dezembro de 2019, para 11,3 milhões, em dezembro de 2020.
Diante de um cenário inesperado, em que pessoas tiveram de se isolar para preservar vidas, a solidariedade foi o que ajudou novos negócios a crescerem. O Metrópoles conversou com empreendedores de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Apesar de cada um ter o próprio DNA em seus empreendimentos, eles têm em comum trajetórias que retratam como o espírito de coletividade pode alavancar negócios, mesmo durante crises mundiais.
Essas histórias também são a prova de que, com as pessoas valorizando mais o lar, os condomínios e as redes sociais viraram ecossistemas de novos negócios.
São Paulo é o município com o ambiente mais propício para o empreendedorismo no Brasil, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) 2020, elaborado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a Endeavor Brasil. O estudo avaliou sete fatores: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.
No centro de São Paulo, está um dos prédios mais emblemáticos da capital paulista, o Edifício Copan. O monumento da arquitetura brasileira desenhado por Oscar Niemeyer tem 1,1 mil apartamentos divididos em 32 andares. Esse cenário é a moradia e o local de trabalho de empreendedores que usam da tecnologia e da criatividade para fazer a economia girar dentro do residencial.
Em um processo de ressignificação sobre a forma como levava a vida, Alex Bezerra, 44 anos, começou a fabricar e a vender pães, em maio de 2020. Residente do Bloco A do Copan, Alex é formado em administração e atuou como executivo no ramo de publicidade por 14 anos. Ele deixou o trabalho antes mesmo da pandemia e iniciou uma aventura para fazer o que ama.
Depois de perder a mãe, que morreu em 2018, repensou a forma como vivia e decidiu se dedicar ao que gosta. Participou de cursos de panificação, viajou para Portugal, onde conheceu padeiros renomados, e voltou ao Brasil para fazer freelas. Mas a crise sanitária começou e ele foi dispensado do trabalho. Nesse contexto, Alex decidiu transformar o hobby em profissão e começou a vender pães dentro do Copan.
Em referência ao edifício ícone de São Paulo e ao produto que fabrica, Alex criou o Copão. O negócio deu certo, e hoje o empreendedor vende, em média, 250 pães por semana para uma clientela formada por moradores do Copan – onde estão 30% dos seus compradores – e de outras regiões da capital.
“É um dom que eu tinha e não sabia. Adoro o meu produto. Fazer pão de fermentação natural é um teste de paciência, porque tudo é demorado. Antes, eu estava em uma área na qual tudo tinha de ser para agora. No começo, foi uma adaptação. O fermento natural demora nove horas para ficar pronto. Faço o pão hoje para assar amanhã. O que é natural leva um tempo, e eu estou feliz com o meu negócio”, disse.
No Bloco F do Copan, a assistente jurídica Diana Zago, 34, faz doces para vender e complementar a renda desde o ano passado. O empreendedorismo surgiu na vida de Diana durante o home office, modelo de trabalho adotado em função da pandemia pelo escritório em que ela atua. Os primeiros clientes foram vizinhos do condomínio, que ainda compram dela. A partir da divulgação nas redes sociais, ela começou a expandir as vendas.
“Uso muito o Instagram como ferramenta de trabalho, então o pessoal que está longe vê e consegue me achar, porque tem entrega de motoboy”, comentou.
Desde que decidiu empreender, Diana fez cursos de confeitaria para aprimorar as técnicas na cozinha e aprendeu sobre marketing digital. Ela quer ampliar seu negócio cada vez mais, para, no futuro, abrir um ponto fixo onde os clientes possam consumir no local e escolher os produtos na vitrine. “A minha rotina depende das encomendas, mas tenho sempre coisas de pronta-entrega, como bolo no pote e brigadeiro”, assinalou.
A mais de mil quilômetros de São Paulo, o empreendedorismo também movimenta um condomínio residencial do Distrito Federal. Brasília é a quinta melhor cidade para empreender no país, de acordo com o ICE 2020.
Em meio às limitações de circulação e de convivência, para evitar a proliferação do novo coronavírus, moradores do Edifício Max Home, em Águas Claras (DF), encontraram em grupos de WhatsApp um meio para divulgar seus negócios. Entre os vizinhos, descobriram os primeiros e mais fiéis clientes.
Ingrediente principal em qualquer empreendimento, o boca a boca deu aos donos de pequenos negócios a credencial para conquistar novos clientes entre os 1.755 moradores do residencial. O condomínio de duas torres e 504 unidades localizado em uma estreita rua da região de classe média do DF é carinhosamente chamado de Max pelos residentes. Lá, o cardápio de opções é recheado: há frutos do mar, marmitas fit, bolos, salada de frutas com ingrediente secreto e doces saudáveis, entre outros produtos.
Quem hoje vê a terapeuta holística Cláudia Vaz, 40, vendendo uma variedade de marmitas fit não imagina que o negócio começou em meio a tantas adversidades pessoais e coletivas. Em janeiro de 2021, a empresária perdeu o emprego que tinha em um laboratório. Longe do serviço ao qual se dedicou por sete anos, ela sentiu que estava sem rumo. Mas foi nesse momento de incerteza que encontrou a porta para uma nova vida profissional e pessoal.
Na cozinha, Cláudia descobriu uma fonte de renda e a solução para a própria dificuldade de se alimentar melhor. Ela precisa fazer refeições saudáveis, principalmente em razão da Doença de Crohn, uma inflamação crônica no sistema digestivo que a faz sentir dores. Nesse contexto, em março deste ano, surgiu a Cozinha da Vaz, que produz cardápio saudável, sem glúten, lactose ou conservantes.
“Pensei: como boa mineira, gosto de cozinhar, preciso de dinheiro e de me alimentar melhor. Por que não vender uma coisa que eu já sabia fazer e escolher o meu próprio horário? Primeiro anunciei no condomínio. As pessoas começaram a encomendar o combo de marmitinhas. Elogiaram a comida no grupo, e eu vi que deu certo”, disse.
O desemprego enfrentado por Cláudia no início deste ano é uma realidade que ecoa pelo país. Segundo o IBGE, o Brasil manteve o nível recorde da série histórica de desemprego no trimestre encerrado em abril, com a taxa de pessoas sem ocupação em 14,7%. É o índice mais alto desde 2012.
Professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), a doutora Carla Antloga disse que o emprego é um fator estruturante da saúde mental e da identidade do ser humano. A demissão pode impactar diretamente a autoestima e o bem-estar da pessoa, segundo a docente.
“Perder o emprego é como se a pessoa perdesse o lugar no mundo. A combinação da perda de lugar no mundo, com perda de uma parte da identidade, e a sensação de não poder sobreviver pode gerar, em termos de distúrbio, mal-estar profundo, crise de ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outros”, pontuou Carla Antloga.
Iara Ferreira da Silva, 29, é amiga de Cláudia há 15 anos. As duas dividem muitas coisas em comum, incluindo um apartamento no Max e o desafio de empreender. Enquanto Cláudia produz e vende marmitas fit, Iara faz doces saudáveis.
Dona da Doçurável, Iara cozinha e vende biscoitos low carb, bolos de chocolate com cobertura, bombom aberto, além de opções que podem ser consumidas por quem está de dieta ou quem tem restrição a certos alimentos, como diabéticos. Ela se dedica à própria empresa durante a manhã e, no período da tarde, trabalha como secretária-executiva em outro local.
A Doçurável nasceu despretensiosamente. Um dia, o chefe de Iara experimentou um dos doces que ela fazia para consumo próprio, aprovou e perguntou por que ela não transformava o hobby em um negócio. Essa foi a dica necessária para que Iara criasse sua própria marca, em dezembro de 2020.
“Não consegui achar também nenhum tipo de doce low carb no mercado. Eu uni o útil ao agradável e criei a Doçurável, que significa doçura e saudável. A minha intenção foi sempre atender quem tem intolerância à lactose, ao glúten, e diabéticos. Cheguei na confeitaria low carb, usando só farinha de coco e de amêndoas. Qualquer um pode comer. Quero desmistificar que doce saudável é ruim”, ressaltou.
Fã da confeitaria saudável de Isabela Akkari – influenciadora do Instagram com 256 mil seguidores –, Iara fez cursos on-line com a chef para aprimorar seus produtos. A empreendedora também procurou outras fontes para melhorar a forma de divulgar os doces.
Síndico do Max Home, Henrique Sousa, 43, disse que já existiam empreendedores no condomínio antes da pandemia, mas foi durante a crise sanitária que houve crescimento expressivo de negócios no residencial. Em razão do cenário excepcional, há flexibilização para que moradores possam produzir e vender seus produtos no local.
“O nosso regimento interno informa que ‘os apartamentos do condomínio destinam-se exclusivamente a fins residenciais, sendo proibido desempenhar nas unidades autônomas, no todo ou em partes, qualquer ramo de comércio ou atividades de ordem profissional’. Mas devido à crise atual por causa da pandemia, e até antes, não houve impedimento”, explicou o síndico.
A flexibilização das regras foi o que ajudou Cláudia, Iara, Braíza, Ana, Isa e outros moradores do Max a empreenderem, inicialmente, dentro do próprio condomínio e a expandir suas vendas para outras regiões da capital do Brasil.
MEI em ascensão
O caso dos empreendedores do Copan e do Max Home é um exemplo do que é mais comum quando se fala em microempreendedor individual no Brasil. Segundo o Perfil do MEI, elaborado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 40% dos microempreendedores individuais trabalham na própria residência.
Economista e analista de gestão estratégica do Sebrae, Marco Bedê disse ao Metrópoles que o número de empreendedores no país encontra espaço para crescer ainda mais a partir da reabertura gradual da economia e do afrouxamento das restrições de circulação, diante do avanço da vacinação contra a Covid-19 e da queda no número de mortes e casos diários da doença.
“Nesse processo como um todo, também está aumentando a formalização, principalmente pelo MEI, que tem receita de até R$ 81 mil por ano”, destacou.
Segundo Bedê, a pandemia resultou em uma contração do mercado geral, e a maioria dos empreendimentos sofreu, mas certos negócios encontraram oportunidades no momento adverso.
“Alguns segmentos foram muito prejudicados, como bares, restaurantes, hotéis e serviços de turismo. Por outro lado, quem trabalha de casa passou a ser favorecido”
Marco BedêAnalista de gestão estratégica do Sebrae
Em agosto de 2021, o Brasil tinha 18,4 milhões de empresas registradas no Simples Nacional. A maioria, 12,6 milhões (68%), era MEI. Comparando período anterior à pandemia e durante a crise sanitária, a quantidade de microempreendedores individuais optantes pelo Simples Nacional cresceu 20%, entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020.
“A expansão do número de empresas optantes está intimamente relacionada à criação de novos empreendimentos de micro e pequeno portes. Esses dados mostram que não apenas cresceu o número dos pequenos negócios como quase 90% dos novos negócios criados no ano foram negócios tocados por microempreendedores individuais (MEI)”, frisou Bedê.
Redes sociais:
aliadas dos negócios
Em Taguatinga, uma das 33 regiões administrativas do DF, um jovem com deficiência intelectual começou a empreender em agosto de 2021. Marcos André da Silva Santos, 24, iniciou o próprio negócio de produção e venda de pão de queijo, com receita de Benedita, sua bisavó mineira.
O Pão de Queijo do André, que leva uma farta quantidade de queijo na produção, já faz sucesso na rua em que o jovem mora, na igreja e na própria família. Inicialmente, André vendia pão de queijo industrial congelado. Mas o artesanal congelado, com a receita familiar, era o mais pedido e já virou o principal produto do negócio.
André prepara os pães de queijo com a ajuda da mãe, Gláucia Ferreira da Silva Freitas, 52. Ele rala o queijo, mistura os ingredientes e a massa. A matriarca fica responsável por enrolar os pães de queijo, porque os dedos de André não abrem totalmente, de modo que a palma da mão consiga criar o formato redondo do produto.
Além de produzir o pão de queijo, o jovem é quem faz toda a divulgação do negócio em grupos de WhatsApp e no Facebook. Apesar de o empreendimento ter começado há pouco tempo, André já pensa no que vai fazer com o lucro do novo trabalho. “Quero comprar um lote para construir a minha casa”, disse.
A mãe dá o maior apoio para o filho. “Ele está gostando muito. Todo dia após o almoço, o André compra as coisas, rala o queijo e já fica esperando o momento para fazer os pães de queijo. Ele tem os sonhos dele. De pouquinho em pouquinho, vai conseguir”, afirmou.
A internet também é onde Estevão Pereira Escudeiro, 30, anuncia e vende seus pães caseiros. Ele não sabia fazer pão até o ano passado. Na própria casa, em Niterói (RJ), decidiu aprender para consumo próprio. Gostou e deu amostras para familiares e vizinhos, que aprovaram. Assim surgiu a Levain Niterói, que oferta pães com fermentação 100% natural.
“Em 21 de agosto de 2020, eu criei o Instagram para vendas, totalmente despretensioso. Achei que venderia cinco pães, mas no primeiro fim de semana foram mais de 30 pedidos. Comecei a fazer cursos on-line e vou me especializar cada vez mais”, contou.
Antes de se aventurar e descobrir o dom na cozinha, Escudeiro se dedicava ao mestrado na área de defesa civil. Ele gostou tanto do novo trabalho que nem sabe se vai retomar a antiga profissão. “Não só consigo viver do meu negócio como marquei a data do meu casamento, em maio de 2022, e vou pagá-lo com esse dinheiro”, ressaltou.
Escudeiro começou vendendo para vizinhos e amigos. Hoje, além de Niterói, já faz entregas na Tijuca e na zona sul do Rio de Janeiro. “Acho que o diferencial é a forma de lidar com os clientes. Sempre mando mensagem depois, perguntando se teve problema ou não com o pedido e a entrega. O atendimento faz toda diferença”, opinou.
Benefícios do MEI
Ter a capacidade de enxergar oportunidades em um novo nicho de mercado é uma das características necessárias para empreender, conforme explica a especialista em gestão e tração de empresas e cofundadora do 55Lab, um laboratório de negócios, Ju Guimarães.
“Empreender não é necessariamente abrir uma empresa. É uma atitude de olhar para o ambiente externo e para dentro, ver quais são as oportunidades, ameaças, e identificar como consegue se sobressair para angariar recursos”
Ju GuimarãesEspecialista em gestão e tração de empresas e cofundadora do 55Lab
A especialista disse que os novos empreendedores informais devem observar os benefícios de se formalizar como MEI. “Se você é um boleiro registrado como MEI e queimou a mão sério ao ponto de não conseguir produzir por um tempo, vai ter algum tipo de respaldo para ser afastado do serviço e ter o mínimo de receita entrando. Se você está formalizado, consegue também tentar linhas de crédito. São possibilidades para ajudar a crescer que a informalidade não oferece”, pontuou.
A contribuição mensal de um microempreendedor individual, em 2021, varia de R$ 56 a R$ 61, dependendo do ramo de negócio. O registro como MEI garante ao empreendedor um CNPJ, a possibilidade de emitir notas fiscais e de ter um regime previdenciário próprio. O cadastro pode ser feito de forma gratuita no Portal do Empreendedor, site do governo federal.
Novos nichos
Segundo o Dicionário Informal, empreendedorismo é “a atitude de quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração”. Essa definição resume bem a história de como Luana Moura Garcia, 28, criou a Fava Vegana durante a pandemia a partir de sua própria vontade de consumir produtos diferenciados.
Foi exatamente quando estava em busca de reduzir o consumo de alimentos com ingredientes de origem animal que Luana descobriu a gastronomia vegana. Ela comprou cursos na área e aprendeu a fazer doces veganos, incluindo bolos artesanais e tortas sem leite, sem ovos e outros derivados animais. Hoje, ela faz dessa a sua principal atividade.
“Em novembro do ano passado, criei uma página no Instagram e comecei a divulgar. Fiz uma lista de transmissão de clientes que têm interesse na área ou de quem tem curiosidade. Hoje, faço entregas em Niterói, na Tijuca e zona sul do Rio de Janeiro”, contou.
Produtos feitos sem derivados de origem animal também é o negócio de duas amigas brasilienses. Maria Clara Alves, 24, e Ana Clara Vajas, 23, criaram a Clarê, uma loja virtual de produtos artesanais de beleza veganos.
Ana é formada em direito, e Maria Clara é estudante de psicologia. Elas decidiram abrir o próprio negócio com o objetivo de complementar a renda. A ideia dos produtos naturais veio diante das discussões sobre autocuidado e saúde mental, que se intensificaram durante a crise sanitária.
“Como tudo estava fechado e não tinha SPA, a gente criou um kit que simula um SPA em casa, justamente para poder ter esse momento de autocuidado dentro do próprio lar”, disse Maria Clara. O kit tem máscara, banho de ervas, chá, incenso e velas, além de indicação de playlist para complementar o ambiente de SPA na residência.
Antes de iniciarem a produção, as jovens fizeram curso de cosmetologia natural. Elas também contam com a ajuda de um químico para a elaboração dos itens. “Depois de um tempo, a gente percebeu que alguns dos nossos clientes se apaixonaram pelos nossos produtos e queriam os itens separadamente”, contou Maria.
Maria e Ana guardam um carinho especial pela clientela mais frequente não só por comprarem do seu pequeno negócio, mas também por participar ativamente de suas vidas: “Como todo bom pequeno empreendedor, nossos melhores clientes são familiares, amigos e vizinhos.”
Fonte: Metrópoles