Retrô, country, de praia ou até estilo “Indiana Jones”. Na Chapéus 25, os estilos dos acessórios são os mais variados. Além deles, o nome faz menção à Rua 25 de Março, onde nasceu o negócio de Wilson Catelã, 62 anos. Trabalhando como camelô, ele começou a vender chapéus ainda em uma barraquinha. Quando viu uma chance, logo a transformou em loja.
Desde então, Wilson comanda o negócio ao lado do filho, Wil Catelã. Com vendas físicas e pelo e-commerce, a loja chegou a um faturamento mensal de R$ 250 mil. Também já encomenda produtos a seu próprio gosto, de olho em tendências e nas demandas do público jovem ao da terceira idade.
Das ruas para o balcão
Wilson teve de se virar desde muito cedo. Começou vendendo doces no centro de São Paulo (SP) para ajudar a mãe em casa. Depois, migrou para as frutas, com as quais trabalhou por mais de 20 anos. Perdeu muitas mercadorias entre um “corre” e outro, mas aprendeu desde cedo a administrar seu dinheiro e a cavar oportunidades.
Quando as frutas não estavam mais tão vantajosas, passou para os óculos de sol e depois para os bonés. No fundo, como um fã de Charlie Chaplin, seu grande interesse era pelos chapéus. Trabalhar com eles se tornou ainda mais atrativo depois de 2000, quando programas como o programa Big Brother Brasil inspiraram a moda de chapéus de cowboy.
“Com a importação da China, a venda de chapéus caros caiu e muitas lojas estavam fechando”, relembra Wilson. Na época, ele passou a importar os itens para revender. “Eu comecei de pouco em pouco, mas logo monopolizei as vendas na região. Aí comecei uma barraca só de chapéus.”
Em meados de 2008, o empreendedor notou que uma pequena loja em frente à sua venda estava parada. Quando pediu para vender seus produtos ali, viu que a exposição dava resultados. Propôs, então, a compra do ponto.
Wilson não se lembra de quanto investiu na empreitada, mas diz que em três meses quitou o valor. Seu filho Wil ingressou no negócio na mesma época, e os dois ainda hoje se dividem entre o que fazem de melhor. “Meu filho se especializou no e-commerce e eu, no ‘bruto’. Gosto de bater papo e tomar um café com os clientes”, diz.
Modelo de negócio
Aos poucos, o pequeno ponto de dois metros por cinco ficou pequeno para o estoque da loja. Wilson alugou um pequeno depósito, mas logo também precisou trocá-lo por outro maior.
Hoje a Chapéus 25 tem uma equipe de 14 funcionários e vende os chapéus e bonés na loja física e pelo seu site, no varejo ou atacado. Os itens de revenda, nacionais ou importados, compõem 50% das vendas totais, enquanto a outra metade é encomendada de uma fábrica parceira. Um chapéu médio custa de R$ 40 a R$ 80, mas pode chegar a R$ 350 de acordo com a marca ou o material.
“Os clientes são desde crianças que querem imitar o Micheal Jackson até o senhor que veio do campo. Também atendemos muito quem vai a eventos como Lollapalooza e Tomorrowland”, diz Wilson.
Popularidade
O primeiro site da Chapéus 25 foi criado em 2010, por iniciativa do filho do empreendedor, Wil, que estudou publicidade e fotografia. A página servia como vitrine para clientes de fora de São Paulo, que podiam então fechar a compra por telefone. Hoje em formato de e-commerce, o site compõe 40% das vendas mensais da loja.
A internet também ajuda a compor o boca a boca na divulgação dos produtos. “Investimos em marketing online, redes sociais e em anúncios em ferramentas de busca”, diz Wil. Com o negócio mais consolidado e faturando cerca de R$ 250 mil por mês, o plano é continuar estimulando uma adesão ainda maior dos brasileiros aos adereços. “Queremos acabar com o estigma de que chapéu é antigo ou brega”.
Fonte: PEGN