A inteligência artificial (IA) está se tornando cada vez mais importante para o universo corporativo. Mais do que acompanhar a popularização do uso desse tipo de tecnologia no cotidiano, há um senso de urgência por parte das empresas. A qualificação das equipes é um dos desafios das organizações que precisam navegar por novas ondas da era digital.
Somando-se a outros fatores que configuram a escassez de talentos em todo o Brasil, isso impacta a demanda por habilidades de Inteligência artificial no mercado de trabalho da região Amazônica. O Relatório Futuro dos Empregos do Fórum Econômico Mundial (WEF) indica que essas competências tendem a rivalizar com a formação acadêmica e até a experiência profissional na escolha entre candidatos a emprego nos próximos anos.
Panorama internacional
Apesar das previsões de que a crescente adesão à tecnologias com base em inteligência artificial pode acarretar mudanças significativas e até a eliminação de certos empregos, isso também deve impulsionar a criação de novas oportunidades para profissionais qualificados. Uma das conclusões do WEF é que “o maior crescimento absoluto é esperado nos setores de educação, agricultura e comércio digital”.
Nesse panorama, há uma tendência de demanda mais urgente por especialistas em IA e aprendizado de máquina, especialistas em sustentabilidade, analistas de inteligência de negócios e especialistas em segurança da informação. Mas vale lembrar que as competências de IA já estão aquecidas em diferentes segmentos da economia e áreas de atuação profissional.
Transformação digital no Brasil
As organizações brasileiras têm se mobilizado para preencher lacunas de habilidades e aproveitar o poder da IA em suas operações. No Estudo Nacional sobre Evolução Digital e Inovação de Negócios, realizado em conjunto pela Meta e a Fundação Dom Cabral, a transformação digital é vista como uma questão de sobrevivência dos negócios no Brasil.
Para 67% dos executivos de empresas de médio e grande porte participantes da pesquisa, o desafio vai além da implementação da tecnologia e aponta a necessidade de adaptação da cultura organizacional para que as empresas possam inovar. Essa perspectiva reflete fatores econômicos e socioculturais, além de questões burocráticas e preocupações quanto à segurança cibernética.
IA no mercado de trabalho
O Ministério do Trabalho acaba de anunciar a criação de um grupo de estudos com foco na integração da inteligência artificial ao mercado de trabalho e nos serviços públicos em todo o país. Ao longo de pelo menos um ano, o grupo deve propor políticas e diretrizes para a implementação de programas de capacitação e requalificação profissional — que figuram entre os destaques apontados pelo relatório do Fórum Econômico Mundial (citado acima).
O estado do Amazonas conta com o apoio da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) para desenvolver projetos com soluções baseadas em IA, além de um efervescente cenário de startups e empresas com foco em inovação tecnológica em Manaus. Isso está alavancando a procura por cursos e workshops para o desenvolvimento de habilidades profissionais em IA e outras tecnologias emergentes.
O papel das competências tecnológicas
Nos últimos anos, a contratação de profissionais especializados em tecnologias de ponta vem dividindo espaço com as oportunidades de emprego para profissionais “não técnicos”, mas com a capacidade de usar ferramentas de IA no trabalho — e/ou disposição para participar de treinamentos oferecidos pelas empresas Portanto, desenvolver esse tipo de competência pode ser uma forma de aumentar a empregabilidade de quem pretende ingressar no mercado de trabalho ou avançar em suas perspectivas de carreira.
Estes são apenas alguns exemplos de competências tecnológicas que estão em alta no momento e podem continuar em demanda no futuro:
- análise avançada de dados
- aprendizado de máquina
- Big Data
- cibersegurança
- computação em nuvem
- conectividade de IoT
- desenvolvimento de software e aplicativos
- IA generativa
- linguagens de programação
- tecnologia da informação
Vale lembrar que, além de servirem aos “usuários avançados” e entusiastas de inovações disruptivas, as competências de IA estão se tornando necessárias para pessoas que atuam em diferentes funções e setores. De acordo com o LinkedIn, entre as pessoas que adicionaram esse tipo de habilidade aos seus perfis profissionais recentemente, a maioria tem ocupações em áreas criativas, como redação de conteúdo e design gráfico. Na lista divulgada pela plataforma, há diversos profissionais cujas atividades não se relacionam diretamente à inteligência artificial, como gerentes de marketing e contadores.
Fonte: Em Tempo.