Foto: Belém Negócios

5 motivos para CEOs ficarem de olho em oportunidades de negócios no Pará

Com os recentes investimentos direcionados para o Estado do Pará, Norte do Brasil, o mercado está aquecido, com diversos setores, como construção, indústria, serviços, energia, distribuição, entre outros, oferecendo excelentes oportunidades de negócios.

 

Diversas empresas estão enviando executivos para Belém para prospectar e entender o vertiginoso crescimento econômico, e inclusive abrindo filiais estratégicas em diferentes pontos da região metropolitana. “Mesmo após a realização dos eventos internacionais que a capital irá receber nos próximos anos, um efeito que estamos chamando de ‘pororoca de oportunidades’ deve causar a transformação no empreendedorismo, no modo como os nortistas lidam com os negócios, já que passaremos a ter de forma mais intensa mais contato com outras culturas empresariais”, explica Rodrigo Souza, fundador da plataforma Belém Negócios.

 

“Observamos quase que diariamente empresas de outros estados e países se instalando em Belém. Esse movimento é inédito. A cidade, hoje, é um grande canteiro de obras. Esse crescimento não seria possível sem a vinda da COP para o nosso estado”, comenta ele. “Mas isso mostra que já estava na hora do mundo voltar os olhos para a Amazônia”.

 

Pensando neste novo cenário econônico, a plataforma Belém Negócios reuniu cinco motivos para que os CEOs de todo o país fiquem atentos às oportunidades de negócios que tem surgido na região:

 

Confira:

 

1 – COP-30

A Conferência das Partes ocorre apenas em novembro de 2025, em Belém, porém os investimentos bilionários destinados à realização do evento estão acontecendo desde o anúncio da capital paraense como sede da Conferência.

 

A COP-30 traz uma relevante discussão sobre o clima e as formas de contornar a alarmante situação ambiental que o planeta está vivendo. Pela primeira vez, o evento será em uma cidade Amazônica e isso abre espaço para que os negócios locais ganhem ainda mais relevância.

 

Produtos desenvolvidos e fabricados na Amazônia ou que usam insumos da floresta de forma sustentável podem receber diversos investimentos. Donos de hotéis, hostels, bares e restaurantes, tem a oportunidade de expandir seus negócios a partir de investimentos destinados à requalificação dos segmentos na capital paraense.

 

Obras de infraestrutura que estão sendo feitas em toda a cidade para que o evento possa ser recebido de forma adequada, proporcionando oportunidades para empresas da construção civil e fornecedores do ramo.

 

A COP-30 revelou um mercado competitivo e aberto a investimentos e à instalação de novas empresas.

 

2 – Investimentos bilionários em infraestrutura

Desde o anúncio de Belém como cidade sede do evento global em 2025, a cidade passa por obras de reestruturação, requalificação e infraestrutura. As diversas obras receberam investimentos bilionários da Prefeitura de Belém, do Governo do Estado e do Governo Federal, além de outros agentes como o BNDES e a usina Itaipu Binacional.

 

Confira algumas das obras que estão em andamento na cidade e quanto foi investido em cada uma delas:

 
 

Além das obras citadas, também estão em andamento ou prestes a começar intervenções como: a expansão do Aeroporto Internacional de Belém, a nova Rua da Marinha, a duplicação da Bernardo Sayão, o Parque São Joaquim, a dragagem do Porto de Belém e mais.

 

3 – A vinda de grandes marcas para a Região

O forte mercado paraense demonstra a sua expansão com a chegada de grandes empresas na Região e a permanência de outras que já atuam no Pará. A exemplo disso está a Vale. Em 2023 a empresa inaugurou o Centro de Excelência em Gestão que abriga atividades-chave para a gestão da companhia, incluindo operação de equipamentos remotos, monitoramento da sua rede de telecomunicações e parte da área de planejamento de projetos sociais em execução na capital paraense.

 

No mesmo ano, a Petrobras passou a visar a atuação no Pará com a possibilidade de exploração da Margem Equatorial. Uma comitiva da empresa visitou a capital paraense e realizou um encontro na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), onde apresentou as oportunidades geradas pelo setor e detalhou os requisitos necessários para que empresas fornecedoras paraenses possam atender as demandas da companhia no Pará. A estatal também demonstra forte interesse em posicionar a capital paraense como sede de um grande centro de distribuição, caso as atividades na Margem Equatorial se confirmem para os próximos anos.

 

Outras empresas de relevância tem expandido suas atividades para a capital paraense. A Postalglow, empresa especializada em logística reversa para o setor de telecomunicações anunciou um plano de expansão que inclui um investimento de R$ 15 milhões até 2025. A iniciativa prevê a abertura de sete novos Centros de Distribuição (CDs) em Belém, Recife, Salvador, Brasília, Contagem, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

 

O Grupo Cesari, com sede em Cubatão (SP), anunciou uma nova base logística em Barcarena (PA). O novo terminal tem 340 mil metros quadrados e capacidade para armazenar 400 mil toneladas de produtos minerários, químicos, petroquímicos e cargas gerais. Localizado no polo industrial de Barcarena, a 1,5 km do Porto de Vila do Conde, no Pará, um dos mais movimentados do país, o terminal é um ponto crucial para o transporte marítimo e a logística nacional e internacional.

 

A DHL Supply Chain, operadora de armazenagem e distribuição da gigante alemã da logística, anunciou parceria com a brasileira Levu Air Cargo, companhia aérea especializada em cargas, para investir R$ 1 bilhão em novas rotas cargueiras, entre Campinas (SP), Recife (PE), Belém (PA) e Manaus (AM).

 

A Amazon anunciou neste mês que também está expandindo a sua atuação para o Norte do Brasil. Deve lançar em breve, junto com a Azul, novas rotas aéreas de distribuição, o que resultará na diminuição de prazos de entrega de sete para 2 dias últeis.

 

4 – Eventos internacionais de entretenimento

O Pará passou a atrair a atenção dos realizadores de eventos internacionais. Belém foi confirmada como sede da Supercopa do Brasil que reúne em um único jogo o campeão da Série A, do Campeonato Brasileiro, e o vencedor da Copa do Brasil de 2024. A previsão é que o jogo aconteça no final de janeiro/início de fevereiro de 2025.

 

Em 2024, após as reformas no Mangueirão, a capital paraense também recebeu um jogo da seleção brasileira de futebol masculino pelas eliminatória da Copa do Mundo de 2026 e é uma das candidatas à sede da Copa do Mundo Feminina de 2027, que ocorrerá no Brasil. Belém também receberá show de Alok e Coldplay em eventos alusivos a COP-30.

 

Saindo do nicho do entretenimento, a capital paraense também foi uma das cidades brasileiras a receber reuniões do G-20 em 2024. O Grupo dos Vinte (G20) é o principal fórum de cooperação econômica internacional e é composto por 19 países, além da União Europeia e da União Africana. Em julho deste ano, Belém foi o local de encontro do GT de Finanças Sustentáveis e da força-tarefa sobre “Mobilização Global contra a Mudança do Clima”. De 19 a 21 de setembro, a capital receberá o Grupo de Trabalho de Turismo.

 

5 – Novos polos industriais

“Distritos Industriais consistem em lotes de áreas econômicas públicas, incentivadas, preparadas e estruturadas para atrair e receber a implantação de empreendimentos industriais, logísticos e de serviços para o território onde se localizam. Contem infraestrutura de vias de acesso, urbanização, praças, prédios de conveniência de serviços, telecomunicações, tratamento de água e esgoto, além de segurança jurídica acerca da regularização fundiária”, explica o Diretor de Relações Institucionais da CODEC, Pádua Rodrigues.
 

Atualmente, o Pará conta com quatro distritos industriais em funcionamento: Ananindeua, com aproximadamente 60 empresas em uma área de mais de 470 mil hectares; Icoaraci (Belém), com aproximadamente 30 empresas, em uma área de 205 hectares; Barcarena, conta com 94 empresas em uma área de mais de oito mil hectares; e Marabá, onde o Distrito Industrial conta com mais de 50 empresas instaladas em uma área de mais de 4,2 mil hectares, divididos entre as fases I, II. Juntos eles abrigam mais de 193 empresas de diversos segmentos e geral diretamente 16 mil postos de trabalho.

 

Barcarena, além do polo industrial também possui uma Zona de Processamento e Exportação (ZPE) em tramitação, que é uma área delimitada onde as empresas voltadas para exportação podem usufruir de incentivos tributários e cambiais.

 
“Há comprovação de que a oferta de áreas econômicas incentivadas funciona como vetor de incremento ao PIB dos territórios onde se localizam, demonstrando a sua importância para o desenvolvimento econômico”, comenta o diretor.
 

O Distrito industrial de Paragominas também está em desenvolvimento, passando pelo processo de seleção de empresas para a ocupação da área. A instalação estava prevista para o segundo semestre deste ano. O empreendimento abrange a estruturação de 61 lotes industriais, servidos por 1,3 km de vias que terão suas pistas asfaltadas, distribuição de energia elétrica, canteiros centrais, paisagismo, faixa de pedestres, calçadas, ciclovias e sistema de drenagem.

 

Em Santarém, o DI se encontra em fase avançada de regularização fundiária e a Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (CODEC) abriu o pré-cadastro de pessoas jurídicas interessadas na aquisição de lotes no empreendimento, o que pode ser feito pela internet.

 

O projeto do Distrito Industrial de Santarém prevê prédios administrativos, de conveniência e de apoio, servido com 6,5 mil km de vias de circulação interna, sistema de drenagem, calçadas, ciclovias, faixas de pedestres, canteiros centrais, paisagismo e rede de distribuição de energia elétrica, será localizado entre a BR-163 (Rodovia Santarém-Cuiabá) e a PA-370 (Rodovia Santarém-Curuá-Una), com 163 lotes, para atender aos segmentos econômicos da indústria, serviços e logística. As áreas terão sua comercialização a preços incentivados (abaixo do preço de mercado). 

 

O Condomínio Industrial de Castanhal está localizado a 4,5 km da BR-316. A área do Condomínio fica no km 04 da PA-136, a rodovia Castanhal-Inhangapi. Na primeira fase, serão disponibilizados 113 lotes industriais para comercialização. O projeto contempla, ainda, a estruturação de 3,6 mil km de vias contendo pistas asfaltadas, dois pórticos de entrada, sistema de drenagem, calçadas, ciclovias, faixas de pedestres, canteiros, paisagismo e rede de distribuição de energia elétrica em alta e baixa tensão. 

 
“A implantação de distritos industriais decorre de política pública de desenvolvimento social e econômico de um território, buscando gerar emprego, renda, arrecadação tributária, agregação de valor às cadeias produtivas econômicas, tendo importância estratégica no planejamento público dos governos”, finaliza Pádua Rodrigues.
 

Como se conectar com empresas do Pará

 

Os empresários e CEOs de todo Brasil tem diversas oportunidades para conhecer o novo cenário e o potencial do estado do Pará. Uma das iniciativas que pretendem facilitar novas conexões com empresários locais é o Belém Negócios Connection, um evento que acontecerá em São Paulo, no dia 27 de setembro deste ano.

 

Em um auditório para 40 pessoas na Avenida Paulista, o encontro exclusivo reunirá empresários de Belém e São Paulo para um dia com painéis, rodadas de negócio e pitches empresariais.

 

O objetivo é conectar empresas com novos parceiros comerciais, através de networking qualificado. São 20 vagas para empresas paraenses e 20 vagas para empresas do Sudeste, o que proporcionará um ambiente com trocas de insights que impulsionará a expansão dos negócios.

 

É previsto que esta iniciativa acontece em outras capitais do Brasil, como em Belo Horizonte, Florianópolis e Rio de Janeiro.

“A ideia é muito simples: conectar empresas do Pará com futuros parceiros de São Paulo. Existem muitos empresas e investidores interessados em produtos amazônicos e que também querem conhecer o mercado paraense, por ser justamente o estado que receberá a COP-30 em 2025. Muitos CEOs de grandes empresas estão de olho em Belém, mas precisam de mais estímulos, precisam entender quais são as oportunidades e como a região está se desenvolvendo”, explica Rodrigo, idealizador do projeto.
 

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