Do alto e de longe é possível ver muitos quilômetros de floresta que voltou a vida depois do trabalho de recuperação desenvolvido pela Cooperativa de Produtores Rurais do Observatório Ambiental Jirau (Coopprojirau).
São mais de 241 mil hectares e mais de 30 mil mudas de plantas frutíferas e nativas doadas para entidades por uma cooperativa de Nova Mutum, com sede em um distrito de Porto Velho.
A cooperativa, que existe desde 2011, quanto o distrito foi realocado, foi fundada por produtores rurais de Porto Velho que trabalham há 14 anos com restauração de áreas degradadas e com produção de mudas para reflorestamento.
Na época, a organização iniciou com a coleta de sementes e produção de mudas para auxiliar produtores rurais e atualmente, são cerca de 160 associados e um mercado que movimenta R$5 milhões.
“Atualmente temos 38 viveiros coletivos e individuais ao longo do nosso eixo de atuação. São 160 famílias que estão nesse trabalho”, explica Sandra Vincentini, presidente da Coopprojirau.
O processo de restauração de áreas degradadas auxilia a restabelecer o desempenho natural da floresta. Em 2023, foram plantadas 140 hectares em áreas de preservação permanente e realizado o monitoramento em prevenção a queimadas.
“Após fazermos a recuperação, tem o monitoramento do plantio. Dentro dessas parcelas, a gente usa a metodologia implantada pela Embrapa de Brasília, onde fazemos o levantamento das áreas que geram ao final, dados. Fazemos a comparação com os indicadores que são consideradas áreas restauradas”, explica Fagno dos Reis, engenheiro florestal da Coopprojirau.
Outro projeto gerenciado pela cooperativa é a horta hidropônica. Nesse sistema, as plantas são cultivadas em uma solução nutritiva e não no solo. A renda gerada pela hora financia várias iniciativas.
“Hoje temos a produção na hidroponia de alface, rúculas, cebolinha, coentro e no solo, tem a produção daquilo que não conseguimos na hidroponia. Nossa produção é destinada para Nova Mutum, Jaci Paraná e toda hortaliça que é consumida no refeitório da Usina de Jirau sai daqui. A gente consegue comercializar de 100 a 120 quilos de hortaliças por semana e por ano chega entre 14 a 18 toneladas”, explica Amanda Vitória, analista de comunicação.
Além disso, a cooperativa oferta cursos profissionalizantes gratuitos para a população de toda região.
A partir de uma parceria firmada com uma organização de grupo coletores de sementes, foi possível que a produção chegasse em uma escala ainda maior. Por conta disso, ainda em 2024, eles vão ter a própria casa de sementes para armazenamento.
“Temos interesse em novas comunidades, inclusive indígenas que já manifestaram interesse em fazer parte dessa rede de sementes. Estamos muito felizes e em uma fase boa”, disse Sandra.
Fonte: G1.