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Paraense na lista da Forbes conta como ajudou mais de 350 mil pets a conseguirem um lar

Aos 27 anos, o paraense nascido no bairro Pedreira, em Belém, Lucas Alencar, está entre os destaques da lista da “Forbes Under 30”, lançada fisicamente nesta sexta-feira (29).

Ele é um dos responsáveis por unir tecnologia, empreendedorismo e amor aos animais e já ajudou mais de 350 mil pets, entre cães e gatos, a encontrarem um lar pelo mundo.

“Ao longo dos últimos oito anos, me dediquei a um sonho desafiador: fundar uma startup de impacto social voltada para a causa animal, mais especificamente para ajudar abrigos de animais em seus processos de adoção consciente, tornando-os mais eficientes e menos burocráticos”, contou Lucas.

Primeiros passos

 

O jovem, que chegou a cursar design na Universidade do Estado do Pará (Uepa) compartilhou com o g1 que os primeiros passos nesta trajetória começou ainda na infância, na década de 90, quando criou gosto por videogames, jogos de tabuleiro e o mundo nerd dos computadores.

Ao longo dos anos, a paixão por estes temas se tornaram cada vez mais influentes e presentes no dia a dia de Lucas, que, em 2014, ingressou no curso de design na Uepa.

“Um ano depois, surgiu uma oportunidade que mudou a minha vida: fiz um teste e fui aprovado para uma bolsa de estudos no valor de 20 mil dólares para cursar Ciência da Computação nos Estados Unidos“, lembrou.

“Com muito sacrifício da minha família e com o dinheiro contado, em 2015, embarquei, aos 19 anos, para estudar em tempo integral na Flórida, em uma graduação com duração de 21 meses”.

Foi neste período que o paraense iniciou um contato mais próximo com o empreendedorismo e descobriu a vontade de ser um agente de transformação por meio dos negócios de impacto.

Enxergando oportunidades

 

“Em 2016 conheci um grande amigo, Artur Sousa, após ele ter completado seu mestrado em empreendedorismo social no Vale do Silício e ter se mudado para Boston, Massachusetts. O compartilhamento de nossas visões de mundo e valores nos levou a uma descoberta crucial sobre as dificuldades enfrentadas no processo de adoção de pets nos Estados Unidos“, detalhou Lucas.

Naquele momento, Artur, que é do Rio de Janeiro, adotava o Frisco: seu labrador preto albino, de condições de saúde especiais, que completou oito anos em 2023.

O paraense contou que o processo de adoção do Frisco durou cerca de dois meses e envolveu 76 e-mails trocados com diferentes ONGs, gerando uma mistura de frustração e indignação.

“Além disso, foi revoltante descobrir que somente naquele ano de 2016, aproximadamente 1 milhão de animais, incluindo cachorros e gatos, sofreram eutanásia por falta de espaço e recursos nos abrigos nos Estados Unidos, evidenciando as ineficiências e burocracias dos processos de adoção naquele contexto”, revelou Lucas.

Tecnologia, solução e adoção

 

Além da experiência problemática, tomar consciência deste problema impulsionou o paraense e o carioca a agirem na causa animal por meio de novas soluções e implementações tecnológicas, facilitando os processos de adoção de pets, com um software capaz de automatizar comunicações, tarefas e fluxos de trabalho para abrigos.

“Assim, permitindo que mais animais fossem salvos em menos tempo, consequentemente contribuindo para a redução das taxas de eutanásia e abandono animal. Este foi o ponto de partida para a nossa startup Adopets, criada em 2016”, completou Lucas.

Após inscrever o projeto em oportunidades de fundos, o primeiro milhão em investimentos chegou e auxiliou à expansão da Adopets, além de melhoramentos no software, que está presente em cerca de 100 ONGs do setor, de acordo com a startup.

“Desde o lançamento da segunda versão do Adopets em 2020, já adotamos mais de 215 mil pets com este produto nos Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia, a partir de mais de 800 mil aplicações individuais para adoção”, comemorou o paraense.

E como funciona?

 

Quando um abrigo está interessado em utilizar o Adopets, os membros da startup se reúnem com a organização para entender suas necessidades e quais funcionalidades devem ser ativada no software.

“No momento que a organização começa a utilizar nosso sistema e coloca seus animais lá, o Adopets cria uma página para o abrigo, ou permite que o abrigo integre o Adopets diretamente no seu website, mostrando todos os animais disponíveis para adoção“, explicou Lucas.

Ao ver estes animais disponíveis, o adotante interessado pode escolher o animal e dar início no processo de adoção de forma facilitada.

Novos horizontes

 

Em 2023, mais uma iniciativa foi criada: o Adoptions Made Easy (AME), um produto para uma das maiores varejistas de produtos pets do mundo, agilizando os processos de adoção que acontecem nas lojas, facilitando assinatura de contrato digital e pagamento das taxas de adoção para os abrigos.

“Ele opera adoções em todas as 1669 lojas da varejista nos EUA e Canadá, atendendo 2 mil organizações. O AME é cerca de 20 vezes maior que o Adopets. Isso também reflete na quantidade de adoções e de impacto que causa. Desde que foi lançado, no dia sete de agosto, mais 152 mil pets já foram adotados“, pontuou Lucas.

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