(Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará)

No Pará, ciência e tecnologia da robótica educacional auxiliam projetos de aprendizagem

A jovem autista Ana Clara Menezes, de 17 anos, é um talento da robótica. A estudante já representou o Pará em eventos nacionais e hoje incentiva alunos de escolas públicas a aproveitarem as oportunidades.

“Eu tenho esperança. Se eles se esforçarem para conseguir, vão conquistar qualquer coisa. Eu aprendi muito. A ter criatividade, a pensar, a interagir mais com outras pessoas. Eu ter passado no vestibular foi uma grande vitória”, comemora a estudante do curso de Design de Interiores do Instituto Federal do Pará (IFPA).

A conquista da estudante é motivo de orgulho e inspiração para alunos e professores da Escola Estadual Tiradentes I, em Belém, onde Ana Clara terminou o Ensino Médio. Foi lá que a jovem teve o primeiro contato com a robótica, estimulada pela mãe e pela professora Mariana Menezes, uma das pioneiras deste método de aprendizagem no Pará.

“Começamos com alunos fazendo a reciclagem do lixo que era produzido na escola. Eles criaram os protótipos com as ideias e depois foi feita a programação, mas isso foi muito por baixo. Já tivemos várias conquistas, e agora, com esse programa, vamos atingir muitas outras crianças, com deficiência ou não. Vai ser um ganho muito grande para toda a sociedade”, enfatiza a professora, que garantiu o 2º lugar nacional do prêmio Sebrae de educação empreendedora, em 2022.

A docente se refere ao Programa “Web Escola”, do Governo do Pará, lançado em novembro do ano passado. A iniciativa  realizou ontem (29), em Belém, a entrega de kits de robótica para 15 escolas públicas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Projetos como o “Web Escola” estimulam o desenvolvimento de atividades pedagógicas que envolvem a ciência, a matemática e a tecnologia dentro da escola.

“Os professores envolvidos, que foram capacitados, vão formar seus clubes de robótica nas escolas e terão até junho para apresentar um projeto sobre o uso do kit. Em 2023, pretendemos alcançar cem escolas. A novidade é que teremos dez municípios paraenses alcançados. O curso é pedagógico; são exploradas a comunicação, a escrita, o pensamento lógico matemático. São habilidades que ajudam no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)”, reforça Jó Elder Vasconcelos, coordenador de Tecnologia Aplicada à Educação da Seduc.

Profissionais do futuro

O professor Rafael Herdy, formador do Núcleo de Tecnologia Educacional da Seduc, ressalta o quanto os programas de robótica ajudam a desenvolver uma série de habilidades necessárias para a formação de profissionais do futuro.

“São as habilidades de comandar uma equipe, de resolução de problemas, de pensar logicamente. Na robótica, a gente consegue fazer isso com muita facilidade. Outros ganhos também são nos conteúdos teóricos em sala de aula, que, na robótica, a gente consegue ver na prática. É muito atrativo, por isso a gente consegue ver muitos resultados, como por exemplo, em evitar a evasão. Alunos envolvidos nos projetos dificilmente saem da escola e a tendência é que as notas, principalmente nas disciplinas de exatas, tendam a aumentar”, destaca Herdy.

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