Nesta quinta (22), o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT) oficializou a indicação de Luciana Santos (PCdoB) para o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações. Santos é a primeira pernambucana indicada para ocupar um ministério no governo Lula.
Luciana é presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco. Mulher negra, engenheira por formação e militante desde os tempos de estudante, ela começou sua trajetória política como vice-presidenta da UNE. Foi deputada estadual e federal, prefeita de Olinda por dois mandatos e secretária de Ciência e Tecnologia na gestão de Eduardo Campos no governo de Pernambuco. Foi a primeira mulher eleita vice-governadora no Estado.
Ainda no fim do processo eleitoral, especulava-se que o governador Paulo Câmara (PSB) assumisse algum ministério, já que ele acompanhou a transição de governos no setor de transparência, controle e integridade, mas a indicação não se concretizou.
O nome de Luciana foi comemorado no meio político e também por especialistas da área. O senador pernambucano Humberto Costa (PT), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB – RJ) e a ambientalista Marina Silva (Rede) foram alguns dos que parabenizaram a escolha do nome.
Já no meio científico, Luciana foi saudada por Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, um dos principais parques tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil localizado em Pernambuco; Celso Pansera, Ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação e atual presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), além de diversos pesquisadores e divulgadores científicos.
Logo após a indicação, a futura ministra afirmou através do Twitter que fará movimentações para um reajuste no valor das bolsas de formação e pesquisa, além de aumentar os orçamentos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) no orçamento 2023 para possibilitar a oferta de novas bolsas.
Secretária de Ciência e Tecnologia
Em 2009, Luciana assumiu a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTMA) de Pernambuco, no governo de Eduardo Campos. Em sua atuação, buscou alinhar a área a uma agenda de desenvolvimento sustentável, investindo na inovação tecnológica como forma de desenvolvimento e de redução das desigualdades sociais.
Algumas das ações que marcaram sua passagem pela SECTMA foi a instituição da gratuidade da Universidade de Pernambuco (UPE); o fortalecimento e interiorização da UPE e das ações do Espaço Ciência; a modernização da TV Pernambuco, o repasse da gestão dos Centros Tecnológicos para o ITEP, a implantação de uma rede de comunicação digital em 50 pontos no Grande Recife e o Programa Estadual de Inclusão Digital.
Sua atuação também se voltou para a popularização da ciência e tecnologia com a criação dos Clubes de Ciência, que são réplicas menores do Espaço Ciência, com o objetivo de popularização e descentralização da ciência, beneficiando a população de dez municípios do interior. Na sua gestão foi instituída a 2ª rodada do Pappe Subvenção, programa que contempla projetos voltados à pesquisa e inovação tecnológica em micro e pequenas empresas do estado, com recursos oriundos da Facepe e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Deputada federal
Já enquanto deputada federal Luciana atuou como titular da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), de Desenvolvimento Urbano (CDU) e da Comissão de Cultura (CCULT), da qual foi vice-presidente. Nas comissões especiais da Câmara, foi membro titular na de Resíduos Sólidos; do Código Nacional de Ciência e Tecnologia; do Marco Civil da Internet; de Atividades de Ciência, Tecnologia e Inovação e de Proteção à Saúde e ao Meio Ambiente. Fez parte, também, da Comissão Externa de Transposição do Rio São Francisco. Luciana foi deputada entre 2011 e 2018, sendo líder do PCdoB na Câmara de 2012 a 2013.
*Com informações do site Brasil de Fato