Nesta sexta-feira (19), iFood se tornou a startup mais valiosa do Brasil e segunda da América Latina – atrás apenas da mexicana Kavak. O feito ocorre depois que o grupo Movile passou a ser controlador total do aplicativo de delivery, comprando uma fatia de 33% das mãos da Just Eat Holding.
Com a transação, o iFood agora fica avaliado em US$ 5,4 bilhões, superando outras grandes startups valiosas, como Rappi (US$ 5,25 bi), QuintoAndar (US$ 5,1 bi) e Stone (US$ 5 bi), segundo dados da Distrito.
A compra da parte minoritária do iFood foi acordada em US$ 1,8 bilhão pela Prosus, um grupo investidor holandês, subsidiário da sul-africana Naspers, que detém ações da Movile.
A Prosus afirma que o aumento na participação demonstra que está confiante no potencial do negócio no longo prazo. “Estamos entusiasmados em continuar a ser um parceiro de apoio e ativo da iFood à medida que a empresa entra em sua próxima fase de inovação e crescimento”, disse Bob van Dijk, CEO da Prosus.
Por que iFood é uma startup valiosa?
Nos últimos anos, especialmente durante a pandemia, o iFood começou a investir em outras vertentes do segmento de entregas. O que antes era só um aplicativo para pedir comidas em restaurantes passou também a oferecer o serviço de supermercados e até a fornecer cartões de benefícios.
No último ano fiscal, reportou a Prosus, a receita operacional do aplicativo subiu quase 30% para a marca de US$ 991 milhões. Atualmente, são mais de 317 mil empresas cadastradas na plataforma, em quase 1.800 cidades, destaca o balanço anual.
As ações da Prosus, que é uma companhia aberta, são negociadas nas bolsas Euronext Amsterdam (Holanda) e de Joanesburgo (África do Sul).
Empresa foi vendida por valor muito baixo?
A Just Eat se viu obrigada a aceitar uma quantia na venda do iFood devido a crescentes pressões financeiras. A empresa foi recentemente atingida por uma desaceleração na demanda dos consumidores em meio à crise econômica, registrando queda de 7% nos pedidos do primeiro semestre de 2022 com relação ao mesmo período em 2021.
De acordo com a Just Eat, o dinheiro da venda ajudaria no pagamento de dívidas acumuladas pela empresa que, no ano passado, viu seus papéis caírem quase 80% enquanto pressões pela venda de ativos para aumentar a confiança dos acionistas ganhavam força.
No ano passado, a companhia afirmou ter rejeitado uma oferta de US$ 2,3 bilhões por sua participação na empresa brasileira de delivery, afirmando que o valor estava muito baixo. Em junho deste ano, a Just Eat aumentou seu investimento no iFood em US$ 1,74 bilhão.
Fonte: SUNO