Economia e consumo consciente: vendas em brechós devem crescer 30% em 2022

Projeção é da Associação Comercial de São Paulo; faturamento do setor no ano passado ficou em R$ 2,9 bilhões

Com as discussões sobre sustentabilidade da moda ganhando força nos últimos anos, os brechós conquistam cada vez mais espaço no guarda-roupa dos brasileiros.

De acordo com um levantamento do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), o volume de vendas em brechós deve crescer quase 30% em 2022. No ano passado, o faturamento do setor ficou em R$ 2,9 bilhões.

Para Marília Carvalhinha, coordenadora do curso de fashion bussiness da Faap, o produto de segunda mão passou a ser mais valorizado e a internet colaborou para isso.

“É um grande desafio tecnológico pra cadeia da moda aumentar a sustentabilidade. Uma das maneiras de melhorar isso é fazer com que o produto seja mais usado e o ‘second hand’ é uma maneira de cumprir esse objetivo”, afirma.

Além de focar na moda circular, muitos negócios também apostam na venda de itens exclusivos, especializando-se no mercado de luxo. É o caso do brechó online “Peguei Bode”. Para Gabriela Carvalho, sócia do negócio, o comportamento dos clientes mudou depois de dois anos de pandemia.

“As pessoas preferem fazer uma compra certa, não tem mais aquela coisa de comprar dez bolsas e deixar paradas. Agora, elas preferem comprar duas bolsas muito legais sabendo que estão fazendo boas compras e que, no futuro, ela pode vender e ganhar dinheiro”, disse.

Os produtos da loja variam de R$ 500 a R$ 80 mil e o carro chefe são as bolsas.

“Quando a gente começou, a gente sentia muito preconceito das pessoas. Elas tinham vergonha tanto de vender quanto de comprar usado. Mas, ao longo dos anos, esse preconceito foi sendo quebrado e hoje em dia está até na moda comprar e vender usado”, conta.

Boa parte das vendas devem continuar crescendo na internet, mas a loja física aos poucos vai voltando para a rotina dos consumidores. Por isso, a Siomaria Leite, sócia do brechó “Agora é Meu” não abre mão do espaço.

“As pessoas gostam de vir, conversar, tomar um café e pedir uma dica. Passa credibilidade, por isso acho que o diferencial de uma loja física é isso”, afirmou.

Fonte: CNN Brasil

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