Bolsas da Ásia e Oceania desabam, puxadas por empresas de tecnologia

A quinta-feira começou sob o signo da apreensão e, em alguns casos da aflição, para investidores que apostam em ações de empresas de tecnologia. As bolsas de valores da Ásia e da Oceania registraram fortes quedas, puxadas, principalmente, pelas vendas massivas de papéis de empresas de tecnologia. A Tencent – que é a empresa de tecnologia mais valiosa da Ásia – amargou uma perda de mais de 5% apenas em um dia, completando, assim, 10 dias de queda consecutiva. Baidu e Alibaba também registraram pesados prejuízos, com desvalorizações acentuadas de seus papéis. Em Taiwan, o índice Taiex também registrou forte baixa, causada principalmente pela perda de valor de ações de fornecedores da Apple. A tendência da ladeira abaixo se espalhou também para as bolsas de Hong Kong, de Pequim e da Coreia do Sul. Os índices nesses mercados chegaram a registrar declínios de mais de 4%. O mercado de tecnologia amarga as principais perdas, em parte, por estar no centro da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. As empresas asiáticas foram as primeiras a acusar o golpe, mas o problema, agora, ameaça se alastrar globalmente.

Queda alcança Estados Unidos e Nasdaq

Até agora, o declínio do mercado de ações parecia estar restrito a países emergentes e, em particular, a países asiáticos. Mas, desde ontem (quarta-feira, dia 10), a contaminação começou a alcançar também o mercado norte-americano, atingindo especialmente a bolsa Nasdaq, que concentra boa parte dos papéis ligados ao mundo da tecnologia, e que fechou em queda de 4,1%. O declínio contaminou também o índice Dow Jones, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York, que registrou queda de 3,2%.

De certa maneira, a queda não chega a ser uma surpresa – depois de vários meses de altas até alucinantes, alguns analistas apostavam que o mercado já estaria próximo de uma mudança de sinal. Porém, o temor, agora, é que essa mudança possa ser mais forte que o já previsto e tenha poder de colocar os mercados no sinal amarelo. A bolsa da Nova Zelândia, por exemplo, registrou nesta quinta-feira, dia 11, seu pior dia desde a crise de 2018.

Várias causas

São muitos os fatores a influenciar esse movimento. Um dos principais tem a ver com a elevação dos juros básicos da economia norte-americana, o que faz com que muitos investidores prefiram apostar em títulos do governo dos Estados Unidos a manter capital investido em companhias.

Por outro lado, muitos analistas apostam que o momento negativo e de grande preocupação é momentâneo, já que a partir desta sexta-feira, várias gigantes de tecnologia dos Estados Unidos começam a divulgar seus balanços e a expectativa é que os números sejam sólidos e positivos, puxados pelas empresas que são rotineiramente reunidas sob o acrônimo de FAAMG – Facebook, Apple, Amazon, Microsoft e Google.

Digno de nota é o fato de que a Tencent – a empresa que mais está sofrendo perda de valor de mercado – anunciou essa semana um bom investimento (200 milhões de dólares) na startup brasileira Nubank. Dificilmente, o atual abalo do mercado terá alguma repercussão no interesse da gigante pelo mercado brasileiro, mas é sempre bom ter o contexto em mente.

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