Não é novidade que a
Internet das Coisas (IoT) está presente nas máquinas de cartões de crédito, rastreadores de veículos, TV´s e geladeiras inteligentes. Mas, isso é só a ponta do iceberg e uma das tecnologias da 4ª Revolução Industrial ou
Indústria 4.0, como também é chamada.
Para acompanhar essa realidade e atender às novas demandas, o mundo do trabalho segue tentando se ajustar. Tudo o que conhecemos na esfera profissional se desmancha no ar enquanto novos modelos de negócios e profissões entram em cena, muitas desaparecerão e outras se reafirmarão. Esse é o caso do pessoal da
Tecnologia da Informação e Comunicação(TIC).
Viagem ao centro das profissões
Conforme estudo desenvolvido e apresentado pelo SENAI no mês passado, as profissões ligadas ao setor de TIC, como analista de IoT (Internet das Coisas), engenheiro de Cibersegurança, analista de Segurança e Defesa Digital, especialista em Big Data e engenheiro de Software serão os mais requisitados para o atendimento da Indústria 4.0.
A indústria holística
Tudo porque o novo modelo industrial, que envolve diferentes tecnologias e muita inovação, será pautado na integração sistêmica dos processos de produção e demais áreas fabris, de modo a enxugar custos relacionados ao desperdício, insumos e com pessoal, aumentando a produtividade e tornando o negócio mais competitivo e, portanto, rentável.
A integração propõe, por exemplo, o cruzamento de dados, que fornecem uma visão ampliada do negócio e permite a formulação de estratégias cada vez mais eficientes e certeiras, orientando a direção da empresa a tomar as melhores decisões, diminuindo riscos. Outra vantagem é a infinidade de novos produtos que serão fabricados em decorrência das novas tecnologias, o que deve aquecer o mercado consumidor, ávido por novidades.
Protetores e necessários
Diante desse novo panorama, não há como pensar o futuro do planeta sem o pessoal da TIC. É quase queijo com goiabada, com sabor de tecnologia! E um dos motivos que impulsionam o setor pra frente é o quesito segurança no mundo digital. Pois, em tempos de redes sociais e armazenamentos em nuvem, proteger o território virtual é como proteger a própria residência. É muita
criptografia no ar!
O desafio da qualificação
Mas, há outras preocupações não menos importantes, uma delas diz respeito à qualificação, pois – no Brasil – o desafio-central é capacitar gente pra atuar nesse novo cenário das fábricas inteligentes, as quais exigirão do profissional poder de reflexão, análise conjuntural e outras habilidades comportamentais aliadas às técnicas, que exigem aperfeiçoamento constante!
Indústria ligada
Antenada às transformações que a indústria nacional precisa passar e tirar o atraso, a
Confederação Nacional das Indústrias (CNI) pretende se aproximar das
startups de base tecnológica, propondo ao novo governo a criação de um fundo oriundo dos recursos da
Lei de Informática, no total de 1,6 bi, conforme reportagem do mês passado do jornal
O Estado de São Paulo.
A proposta é sinal de que as indústrias estão se mexendo e já se deram conta de que se nada for feito perderão competitividade no mercado internacional, porém se esse projeto vingar precisaremos de muita gente qualificada.
Pós-graduação gratuita
Em relação a isso e em abrangência local, a
Fundação Muraki está financiando e coordenando, por meio de recursos obtidos das empresas incentivadas pela Lei de Informática, conforme acordo contratual com o
MDIC,
SUFRAMA e
CAPDA, a pós-graduação em Internet das Coisas (IoT) em parceria com a
UFAM, por meio do
Instituto de Computação (Icomp).
O curso surgiu de uma demanda das empresas do DI e é gratuito aos alunos. A proposta é qualificar profissionais, que ao final da pós, sejam capazes de atuar no mercado nesse cenário de completa transformação, onde os objetos ou coisas são conectados à internet e possam ser acessados remotamente.
A era da inteligência
De acordo com o coordenador do Programa de
Pós-graduação em Informática (PPGI) da UFAM, professor Eduardo Souto, o País precisa acelerar a questão da qualificação. “Estamos avançando, mas o Brasil precisa avançar ainda mais nesse sentido, caso contrário continuará perdendo competitividade no mercado externo. Um ponto-chave nessa Revolução Industrial é a capacitação dos recursos humanos que trabalham na indústria, é exatamente o que estamos tentando fazer com esse curso”.
Afinal, aliar qualificação à tecnologia parece tão inteligente quanto às novas fábricas!